O primeiro-ministro russo afirmou que a situação no mundo é dramática: não há uma Europa unida, as relações entre a UE e a Rússia estão deterioradas, na Ucrânia desencadeou-se uma guerra civil, há um colapso migratório.
Os desenvolvimentos desde 2007 tornaram-se ainda mais dramáticos do que era previsto, disse Dmitry Medvedev, lamentando que o diálogo entre a Rússia e o Ocidente tenha sido interrompido.
As políticas da OTAN permanecem hostis, frisou. Para além disso, existem desafios reais e ameaças no "nosso pequeno mundo", em que devemos concentrar-nos, disse o primeiro-ministro.
O premiê russo apelou também para um diálogo euro-atlântico sobre a segurança.
Dmitry Medvedev reconheceu que o sistema de controle mútuo de armamentos, que por muito tempo serviu como base para a construção da confiança, se perdeu.
A maioria das crises, sublinhou, não surgiu agora e não foi a Rússia que as inventou.
Ucrânia
«No entanto, se tornou evidente para todos que em Kiev não há nem vontade nem desejo de cumprir os acordos de Minsk», afirmou Medvedev.
A Rússia tem mostrado e está disposta a mostrar uma flexibilidade razoável na realização dos acordos de Minsk, naquilo em que tal não contradiz a essência destes acordos.
Terrorismo
O político russo também comentou a crise síria, reconhecendo que o diálogo político continua sendo a única solução para ela. O terrorismo, disse ele, está se transformando em uma guerra global. É um problema civilizacional.
Dmitry Medvedev sublinhou a necessidade de manter o Estado sírio unido e impedir a desintegração por motivos religiosos.
«É impossível dividir os terroristas nos 'nossos' e nos 'outros', em 'extremistas' e alegadamente 'moderados'», assinalou o premiê russo.
Dmitry Medvedev expressou pesar por o terrorismo se expandir, isto porque a Rússia e o Ocidente não podem unir-se.
Dmitry Medvedev expressou esperança de que haverá um cessar-fogo na Síria após a Conferência de Munique.
«Na Síria a Rússia não realiza nada que não tenha sido declarado oficialmente. A Rússia está defendendo os seus interesses neste país», destacou o primeiro-ministro.
A Conferência de Segurança de Munique é um fórum internacional não-governamental para a discussão das questões de segurança mais pendentes. Fundada em 1962 para facilitar as consultas entre os países membros da OTAN, agora envolve representantes da Europa Central e de Leste, Ásia do Sul e Oriente Médio, bem como das ex-repúblicas soviéticas.