Premiê russo participa dos debates na Conferência de Munique

© Sputnik / Ekaterina Shtukina / Acessar o banco de imagensPrimeiro-ministro da Rússia, Dmitry Medvedev
Primeiro-ministro da Rússia, Dmitry Medvedev - Sputnik Brasil
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Realiza-se hoje (13) em Munique a 52a Conferência de Segurança. A conferência contará com a participação de 600 altos funcionários públicos, incluindo 30 chefes de Estado e de governo e 70 chanceleres e ministros de Defesa. A crise dos refugiados, o conflito na Síria, bem como a capacidade da UE de garantir a segurança estarão no topo da agenda.

O primeiro-ministro russo afirmou que a situação no mundo é dramática: não há uma Europa unida, as relações entre a UE e a Rússia estão deterioradas, na Ucrânia desencadeou-se uma guerra civil, há um colapso migratório.

Os desenvolvimentos desde 2007 tornaram-se ainda mais dramáticos do que era previsto, disse Dmitry Medvedev, lamentando que o diálogo entre a Rússia e o Ocidente tenha sido interrompido.

As políticas da OTAN permanecem hostis, frisou. Para além disso, existem desafios reais e ameaças no "nosso pequeno mundo", em que devemos concentrar-nos, disse o primeiro-ministro.

O premiê russo apelou também para um diálogo euro-atlântico sobre a segurança.

Dmitry Medvedev reconheceu que o sistema de controle mútuo de armamentos, que por muito tempo serviu como base para a construção da confiança, se perdeu.

A maioria das crises, sublinhou, não surgiu agora e não foi a Rússia que as inventou.

Ucrânia 

Presidente da Bielorrússia Alexander Lukashenko, Presidente da Rússia Vladimir Putin, Chanceler Alemã Angela Merkel, Presidente da França Francois Hollande e o Presidente da Ucrânia  Pyotr Poroshenko em Minsk - Sputnik Brasil
Moscou: Ucrânia mostra despreparo e falta de vontade para cumprir com acordos de Minsk
O primeiro-ministro russo disse não há melhor maneira de resolver a crise na Ucrânia do que através dos acordos de Minsk, cuja aplicação depende em grande parte de Kiev.

«No entanto, se tornou evidente para todos que em Kiev não há nem vontade nem desejo de cumprir os acordos de Minsk», afirmou Medvedev.

A Rússia tem mostrado e está disposta a mostrar uma flexibilidade razoável na realização dos acordos de Minsk,  naquilo em que tal não contradiz a essência destes acordos.

Terrorismo

O político russo também comentou a crise síria, reconhecendo que o diálogo político continua sendo a única solução para ela. O terrorismo, disse ele, está se transformando em uma guerra global. É um problema civilizacional.

Dmitry Medvedev sublinhou a necessidade de manter o Estado sírio unido e impedir a desintegração por motivos religiosos.

«É impossível dividir os terroristas nos 'nossos' e nos 'outros', em 'extremistas' e alegadamente 'moderados'», assinalou o premiê russo.

Dmitry Medvedev expressou pesar por o terrorismo se expandir, isto porque a Rússia e o Ocidente não podem unir-se.

Bandeiras da Síria na cidade de Madaya, em 14 de janeiro - Sputnik Brasil
Egito diz que não aceitará possível divisão da Síria
No entanto, o primeiro-ministro vê a reunião entre o Patriarca Kirill de Moscou e o Papa Francisco como um exemplo de movimento de encontro entre as duas partes.

Dmitry Medvedev expressou esperança de que haverá um cessar-fogo na Síria após a Conferência de Munique.

«Na Síria a Rússia não realiza nada que não tenha sido  declarado oficialmente. A Rússia está defendendo os seus interesses neste país», destacou o primeiro-ministro.

A Conferência de Segurança de Munique é um fórum internacional não-governamental para a discussão das questões de segurança mais pendentes. Fundada em 1962 para facilitar as consultas entre os países membros da OTAN, agora envolve representantes da Europa Central e de Leste, Ásia do Sul e Oriente Médio, bem como das ex-repúblicas soviéticas.

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