O documento, cuja tradução ao russo encontra-se no site do CyberBerkut, é assinado pelo chefe da inteligência ucraniana, Viktor Gvozd, e é, com efeito, destinado ao presidente da Ucrânia.
"Com o intuito de fomentar os interesses nacionais da Ucrânia, — reza o documento, — para alterar a posição pública da população do Reino dos Países Baixos, sugiro realizar um leque de eventos cujo obejtivo será a sabotagem do referendo. Tendo em conta as possibilidades temporárias limitadas, nós estamos planejando ações ativas que envolvem posições do Serviço [de Inteligência Externa] na comunidade ucraniana dos Países Baixos e nas organizações sociais desse país. Em particular, variantes de suborno de funcionários regionais para burocratizar o procedimento da preparação do referendo".
O texto do documento cita também "um determinado grupo de jornalistas locais, prontos a começar a criar, seguindo as nossas solicitações, um fundo negativo de informação em torno ao referendo e dos seus organizadores".
Além disso, "estão sendo elaboradas medidas de pressão (inclusive física) sobre os autores da iniciativa do plebiscito e do seu entorno".
"Para criptografar as nossas medidas, planejamos agir do nome dos migrantes árabes e usando o lema do respeito dos princípios da tolerância europeia", continua o documento.

CyberBerkut
A página principal site do CyberBerkut ficou indisponível nesta sexta-feira (19). A mensagem que aparece diz que "o site foi atacado".

A página com o documento em questão é acessível sem problema.
Referendo
A Holanda (outro nome do Reino dos Países Baixos) é o único país-membro da União Europeia a não ter ratificado o acordo sobre a associação europeia da Ucrânia. Estava a ponto de fazer isso, e o governo já assinara o acordo respectivo em 7 de julho de 2015; o rei da Holanda assinou o decreto correspondente em 8 de julho. Porém, uma lei aprovada em 1 de julho prevê a possibilidade da população de apelar contra a decisão aceite pelas autoridades. O que foi feito mais tarde, com uma iniciativa de referendo.
O referendo é previsto para o dia 6 de abril.