O ministro adiantou que, uma vez recebido o sinal verde, a intenção é realizar uma única operação. Analistas alertam, porém, que, mesmo bem-sucedida, a operação no mercado internacional deixaria o país com baixas reservas internacionais. Segundo projeções do mercado, o estoque em moeda estrangeira no Banco Central estaria hoje em US$ 27 bilhões.
Alguns especialistas, contudo, se mostram mais otimistas em relação à possibilidade de acordo entre o país e os fundos abutres. O professor do Ibmec-RJ, Leonardo Paz Neves, é um dos confiantes.
“O cenário nunca deixou de ser preocupante, desde o período de Kirchner [Cristina], quando a Argentina praticamente enfrentou uma nova moratória em função da renegociação com esses fundos abutres. O ponto é um pouco menos preocupante, porque estamos percebendo que a nova gestão de Mauricio Macri tem atraído mais a atenção externa dos investidores e deu um ânimo diferenciado com os credores.”
Segundo Neves, o problema é que a solução proposta vai praticamente empatar com o que o país tem de reservas.
“O importante, porém, é a capacidade de atrair novos investimentos para fazer com que a Argentina tenha dólares para poder cobrir um pouco esses novos custos e emitir títulos que sejam mais atrativos com juros ‘menos piores’. Na medida em que você tem um interlocutor que você imagina estar mais aberto a ouvir suas demandas, isso faz com que outros credores cedam em algumas questões, para que você tenha mais abertura no mercado internacional de crédito.”