Sanções da ONU não vão desencorajar programa nuclear da Coreia do Norte

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O esboço de uma resolução para endurecer sanções contra a Coreia do Norte que os EUA enviaram à ONU junto com a China não desencorajará Pyongyang de desenvolver mísseis nucleares e balísticos, afirmou à Sputnik o especialista sobre o país Michael Madden.

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Na última sexta-feira, Washington, apoiada por Pequim, enviou uma nova resolução ao Conselho de Segurança da ONU pedindo sanções adicionais contra a Coreia do Norte. A intenção é impedir o país de levar adiante seus programas nuclear e de mísseis balísticos. 

Michael Madden, especialista em Coreia do Norte que lidera o blog North Korean Leadership Watch, disse à Radio Sputnik que as sanções não devem ter sucesso na tentativa de interromper os programas, mesmo que prejudiquem a economia-norte-coreana.

“Não é uma economia avançada, mas nos últimos anos eles conseguiram um crescimento modesto e fizeram algum progresso em termos de desenvolvimento da economia doméstica, então é preciso aguardar e ver se as sanções afetarão isso”, avaliou Madden.

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“Uma das coisas que fizeram foi permitir que os tecnocratas no gabinete norte-coreano comecem a administrar programas. Essas pessoas são muito experientes (em lidar) com as falhas fundamentais da economia norte-coreana. Eles sabem o que precisa ser consertado.”

O presidente norte-coreano, Kim Jong-un, e muitos em seu círculo têm a mente mais aberta porque foram educados fora do país, e Madden afirma que o presidente está ciente do que falta ao conhecimento na Coreia do Norte e está aberto a conselhos, especialmente de tecnocratas e de planejadores econômicos.

“Há um certo grau — um grau muito específico porque é um estado totalitário — de flexibilidade que ele dá a oficiais no que diz respeito à formulação de políticas.”

Entretanto, essa flexibilidade não se aplica ao programa nuclear, e as sanções não farão Pyongyang abrir mão de seu programa nuclear, alerta Madden.

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“A Coreia do Norte basicamente afirmou em algumas ocasiões que não tem intenção de abrir mão de seu programa de armas nucleares nem a intenção de interromper lançamentos espaciais e vamos ter que aceitar a palavra deles.”

Madden acredita que Pequim apoiou a proposta dos EUA por sanções mais duras por causa de preocupações legítimas quanto ao potencial de terremotos como resultados de testes de armas, que “incomodam bastante a China, especialmente os testes de armas nucleares.”

Enquanto China e Coreia do Norte têm uma relação próxima, a influência da China é um tanto exagerada por vários observadores externos, e Pyongyang provavelmente vai responder com hostilidades abertas às sanções propostas, afirmou Madden.

“Kim Jong-un passou a última semana inspecionando exercícios militares; provavelmente, vamos vê-lo inspecionando mais exercícios militares. Eles provavelmente vão endurecer os controles sociais.”

“Uma vez que as sanções forem aprovadas, veremos algumas declarações interessantes vindo da Coreia do Norte. Eles continuarão a aumentar a tensão na península da Coreia.”


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