Divórcio de sangue: Ucrânia deve ser dividida?

© Sputnik / Gennady Dubovoi / Acessar o banco de imagensMembro da milícia popular da RPD conduz um veículo militar para o local de exercícios, em finais de 2015
Membro da milícia popular da RPD conduz um veículo militar para o local de exercícios, em finais de 2015 - Sputnik Brasil
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Às vezes, o divórcio é a melhor opção de resolver um conflito. O líder da autoproclamada República Popular de Donetsk (RPD), Aleksandr Zakharchenko, sugeriu, no final da semana passada, que um "divórcio" político poderia ajudar a resolver o conflito ucraniano, que dura mais de dois anos já.

Zakharchenko trouxe o exemplo da Tchecoslováquia, país que "contraíu divórcio" em 1992, separando-se em República Tcheca e Eslováquia. Aquele "divórcio" era "pacífico", insiste o líder da república autoproclamada.

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Kiev concentrou em Donbass forças suficientes para uma ofensiva, opina Donetsk
A Sputnik Ceska Republika contatou o senador tcheco Jaroslav Doubrava, vice-presidente do Comitê para Assuntos da União Europeia do Senado do seu país. Doubrava, que visitou a RPD e a RPL em outubro de 2014, quando eleições tiveram lugar lá, considera tal "divórcio" como "a única opção possível e a via mais razoável de solução do problema".

"Quando o confronto armado estava no seu auge, eu dizia muitas vezes que depois de todo esse pesadelo não haveria nenhuma possibilidade real de conservar as regiões do Leste como parte da Ucrânia, nenhuma possibilidade de coexistência pacífica dentro de um único Estado", disse o senador.

Doubrava lembrou que o presidente ucraniano, Pyotr Poroshenko, recusou-se a considerar a opção de confederação, proposta por Zakharchenko no ano passado.

Contudo, a opção de "divórcio à tchecoslovaca" pode ser difícil: "Tem demais sangue derramado", adverte o senador tcheco.

A RPD surgiu como uma entidade política com administração própria no Leste da Ucrânia (região chamada de Donbass) em meados de 2014, poucos meses depois do golpe de Estado na Ucrânia e reintegração da Crimeia à Rússia. Junto com outra entidade autoproclamada, República Popular de Lugansk (RPL), ela começou, naquela altura, a formar resistência aos golpistas. O governo, ainda transitório naquela primavera, de Pyotr Poroshenko, lançou uma ofensiva que chamou de "operação antiterrorista".

Donetsk e Lugansk são duas cidades grandes e capitais de regiões homônimas que existiam na Ucrânia; as autoridades de Kiev não acham a mesma coisa e insistem que as regiões assim denominadas continuam existindo. Já o Acordo de Minsk, instrumento legal assinado em fevereiro de 2015 — no ano passado — prefere considerar esta zona como "determinadas áreas das regiões" correspondentes.

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