O grupo de investigadores está finalizando o projeto de expedição à cratera de Chicxulub, localizada nas proximidades da aldeia mexicana com o mesmo nome. A expedição está prevista para finais de março.
O objetivo da expedição é descobrir o que realmente aconteceu quando um asteroide gigantesco atingiu a Terra 66 milhões de anos atrás.
Os cientistas vão perfurar precisamente nesta zona marítima, junto à costa da península de Iucatã. A cratera de Chicxulub, de aproximadamente 180 quilómetros de diâmetro, foi produzida pelo impacto de um asteroide que, segundo estimativas, tinha 10 quilómetros de diâmetro.
Um grupo de cientistas atingirá o ponto necessário a partir de uma plataforma marítima, devendo depois perfurar 1,5 mil metros do leito marinho. O objetivo é atingir o chamado "anel de pico" da cratera, quer dizer, o anel formado pelas pedras que se elevaram e rodearam o centro da cratera em resultado da colisão com o asteroide.
Para além disso, os cientistas esperem achar vestígios da vida que se formou no local após a colisão.
Os "anéis de pico" geralmente são caraterizados pela presença de vida exótica, e os depósitos que foram formados na cratera há já milhões de anos devem manter os primeiros traços de recuperação da vida marinha.
"Os sedimentos que encheram a cratera devem possuir o maior número de organismos vivos no fundo do mar e na água que permaneceram ali na primeira recuperação após o evento e a extinção em massa", disse Sean Gulick, cientista americano e um dos líderes da expedição.
Os cientistas começaram pela primeira vez a ligar a extinção dos dinossauros com o impacto de um asteroide ou cometa em 1980; a cratera de Chicxulub foi descoberta apenas alguns anos antes disso.
Em 1990, Chicxulub foi considerado como tendo sido o local da colisão com um asteroide gigantesco. Acredita-se que este tivesse atingido a Terra cerca de 66 milhões de anos atrás, na mesma altura em que aconteceu a extinção dos dinossauros, bem como mais de 50 por cento de todas as espécies conhecidas que viviam na época.