Centenas de milhares de pessoas foram às ruas neste domingo, em todo Brasil, para protestar contra o governo e pedir a saída da Presidente Dilma Rousseff.
Segundo o Instituto Datafolha, cerca de 500 mil pessoas estavam na conhecida rua da capital, o que constitui o maior ato político registrado na cidade, superando a passeata pelas Diretas Já, em 1984. Segundo o instituto, 400 mil pessoas foram às ruas na ocasião. O Movimento Brasil Livre (MBL), um dos organizadores do ato, calculou o público presente neste domingo em 1,2 milhão, com base em uma tecnologia que mede os sinais de wifi de celulares.
Aécio e Alckmin vaiados
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e o senador Aécio Neves, último candidato do PSDB à presidência, foram hostilizados por manifestantes na Avenida Paulista. Eles não conseguiram discursar e deixaram o local. Segundo o jornal “O Globo”, Aécio foi chamado de "vagabundo" por uma manifestante. Também havia pessoas com cartazes de "fora Aécio" e "fora Alckmin".
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— G1 (@g1) March 13, 2016
No Rio de Janeiro, a organização estima que o número de manifestantes tenha chegado a um milhão - a PM não fez estimativa. O protesto teve cinco horas de duração, e os cidadãos percorreram a Avenida Atlântica, na orla de Copacabana, conduzidos por três carros de som. Um deles trazia uma faixa com a frase "Fora Comunismo".
O porta-voz do movimento dizia que as famílias de direita estava ali contra o PT. Uma multidão ocupou as duas vias da avenida, ao longo de cerca de oito quarteirões. Bandeiras do Brasil e muitos cartazes contra o PT, Dilma e Lula foram o principal material utilizado pelos participantes.
No Rio, famosos comparecem a protesto pelo impeachment de Dilma #VejaNaRua #protestos https://t.co/3UofzVzBo4 pic.twitter.com/jUMDhnOWlE
— VEJA (@VEJA) March 13, 2016
Uma grande faixa de apoio ao juiz Sergio Moro, que coordena o processo dos crimes investigados pela Operação Lava Jato, foi carregada por manifestantes com os dizeres em inglês: "We all are Sergio Moro", ou seja, “Somos Todos Sergio Moro”. No Posto 5, havia uma fila em frente a uma tenda que colhia assinaturas de apoio à Proposta de Emenda à Constituição 361 (PEC), que propõe aumentar a eficiência da Polícia Federal.
Em Brasília, onde 100 mil pessoas - segundo a Polícia Militar - se reuniram para protestar, a manifestação foi encerrada com o hino nacional cantado em coro. Não houve ocorrência de atos violentos. O percurso dos manifestantes começou no Museu da República e foi até o Congresso Nacional, em um total de dois quilômetros.
Junto ao povo estava o senador Álvaro Dias (PV-PR), que migrou do PSDB para o PV no início de janeiro, após vários meses de negociação. Também participou do ato em Brasília o deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ). Vestido com uma camiseta com a frase "Direita Já"!, o parlamentar tirou selfies com o público.
Em Salvador, a maior parte dos protestos ocorreu na Barra. O ato, que reiniu cerca de 20 mil pessoas, acabou por volta das 13h. Eduardo Costa, um dos coordenadores do Movimento Brasil Livre (MBL), destacou o impeachment da Presidente Dilma Rousseff como o principal ponto de pauta do movimento.
"Fora Dilma, fora Lula, fora PT. Há outras coisas que precisam ser feitas, mas temos que começar por aí, para que outros governantes retomem os rumos do nosso país", explica. Também na capital baiana, uma manifestação a favor do PT e de Dilma Rousseff está agendada para a próxima sexta-feira, 18 de março.
Manifestações pró-PT agendadas
Em todo o país, foram programadas manifestações a favor do impeachment da Presidente Dilma Rousseff em 503 cidades, segundo o movimento Vem pra Rua. Em algumas cidades, como Fortaleza, Rio de Janeiro e Porto Alegre, a Central Única dos Trabalhadores e outros movimentos mantiveram a realização de manifestações pró-governo e pró-Lula.
A CUT convocou suas seccionais para uma manifestação a favor da democracia para a próxima sexta-feira, dia 18. No Distrito Federal, o PT convocou nova manifestação para o dia 31 de março.