As mulheres correram grande risco porque, se os militantes tivessem sabido da sua atividade, elas poderiam ter sido apedrejadas até à morte.
Edifícios saqueados, terroristas armados até os dentes e a polícia religiosa perseguindo mulheres não acompanhadas ou vestidas “de forma imprópria”, militantes estrangeiros que vivem em casas luxuosas cujos donos foram mortos ou expulsos, brutais execuções públicas e hinos de louvor ao líder do Daesh, Abu Bakr ak-Baghdadi, em taxis – isto é aparentemente o que parece agora a cidade de Raqqa, de acordo com o jornal sueco Expressen.
As mulheres devem ter especialmente cuidado durante os seus passeios em torno da cidade com câmeras escondidas porque, segundo a lei sharia, as mulheres não têm o direito de passear sozinhas ou impropriamente vestidas. Por isso, cada pessoa do sexo feminino é sujeita a uma atenção especial por parte da polícia religiosa.
Curiosamente, o Daesh supostamente não tem déficit de recrutas femininas e muitas delas servem na polícia religiosa de Hisbah.
Porém, parece que o controle da cidade por parte do Daesh está se desvanecendo. Segundo o vídeo, os militantes sentem medo constante de serem detetados pela aviação e tentam esconder os seus movimentos e o seu equipamento militar, apesar de estarem no coração do seu domínio.
De fato, muitos terroristas roubam passaportes de civis, rapam a barba e fogem para a Turquia, indica o vídeo.
O grupo terrorista Daesh (proibido na Rússia e reconhecido como terrorista pelo Brasil) autoproclamou-se "califado mundial" em 29 de junho de 2014, tornando-se imediatamente uma ameaça explícita à comunidade internacional e sendo reconhecido como a ameaça principal por vários países e organismos internacionais. Porém, o grupo terrorista tem suas origens ainda em 1999, quando um jihadista de tendência salafita, o jordaniano Abu Musab al-Zarqawi, fundou o grupo Jamaat al-Tawhid wal-Jihad. Depois da invasão norte-americana no Iraque em 2003, esta organização começou a se fortalecer, até se transformar, em 2006, no Estado Islâmico do Iraque. A ameaça representada por esta entidade foi reconhecida pelos serviços secretos dos EUA ainda naquela altura, mas reconhecida secretamente, e nada foi feito para contê-la. Como resultado, surgiu em 2013 o Estado Islâmico do Iraque e do Levante, que agora abrange territórios no Iraque e na Síria, mantendo a instabilidade e fomentando conflitos.