Segundo o Ministro da Saúde, Marcelo Castro, através dos editais, qualquer pesquisador do país, independente ou ligado a algum grande centro de estudos, vai poder participar e contribuir com seus projetos no combate ao mosquito e na criação de vacinas.
“Foi anunciada aqui uma linha na qual nós já estamos atuando, que é a linha de desenvolvimento das pesquisas para diagnósticos mais precisos, para tratamentos que nós não temos, e para o desenvolvimento de vacinas que nós não temos ainda. Estaremos na próxima semana lançando um edital exatamente para cobrir, ou seja, vamos colocar R$ 20 milhões em edital à disposição de todo e qualquer pesquisador do país que queira contribuir nessas áreas que nós acabamos de citar. As pessoas vão poder ter acesso, porque, normalmente, só os grandes institutos é que terminam tendo acesso a esses recursos. Com esse edital amplamente aberto, todo e qualquer pesquisador do país vai poder concorrer, e poder ter o seu projeto aprovado e financiado pelo Ministério da Saúde”.
De acordo com o Ministro de Ciência, Tecnologia e Inovação, Celso Pansera, a partir de quinta-feira (24), os editais já vão começar a ser publicados para selecionar os projetos e liberar o mais rápido possível os recursos para as pesquisas e o desenvolvimento de vacinas contra as doenças transmitidas pelo Aedes.
“Nós queremos que o Brasil tenha no prazo de 3 a 4 anos vacinas eficientes para isso, estratégias eficientes para combater o vetor dos vírus, e por isso nós desenvolvemos todo um estudo. São em torno de 20 editais diferentes sobre assuntos e abordagens diferentes do combate ao mosquito e também aos vírus”.
Também foram anunciados pelo Ministério da Saúde investimentos para o início da nova fase de testes com a introdução no meio ambiente de mosquitos estéreis ou mosquitos infectados com a bactéria Wolbachia (Volbaquia), que é capaz de inibir a transmissão de vírus pelo Aedes Aegypti. A expectativa é a de que, na próxima semana, representantes da fundação americana Bill Gates venham ao Brasil para definir os próximos rumos da pesquisa. O ministério analisa a possibilidade de que cidades como o Rio de Janeiro, sede dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos, e Niterói sejam potenciais regiões para a liberação do mosquito infectado com a bactéria.
Estudos pilotos já foram realizados nos bairros da Ilha do Governador, no Rio de Janeiro, e no bairro de Jurujuba, em Niterói. Agora, a ideia do governo é fazer a pesquisa contemplando toda a área territorial de uma cidade e com uma população maior.
A proposta do Ministério da Saúde é usar os mosquitos infectados como uma alternativa segura e autossustentável para o controle da dengue, do zika vírus e da chikungunya. A iniciativa também acontece na Austrália, Vietnã, Indonésia e Colômbia.
A previsão é de se investir um total de R$ 258 milhões em novas tecnologias de combate ao mosquito nos próximos quatro anos.