As planilhas em questão foram apreendidas em fevereiro na Operação Acarajé – desdobramento da Lava Jato que, inicialmente, estava sob sigilo – na residência de Benedicto Barbosa da Silva Júnior, presidente da Odebrecht Infraestrutura.
Nesta quarta-feira, ao constatar, “em decorrência de notícias da imprensa”, que a documentação apreendida continha “listas com registros de pagamentos a agentes políticos”, o juiz decidiu restabelecer o sigilo nos autos.
“Prematura conclusão quanto à natureza desses pagamentos. Não se trata de apreensão no Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht e o referido Grupo Odebrecht realizou, notoriamente, diversas doações eleitorais registradas nos últimos anos”, argumentou Moro.
Refaz essa lista aí!
— rodrigo vianna (@rvianna) 23 de março de 2016
Como é que liberam lista de "corrupa" sem Lula e Dilma? Isso avacalha com o golpe de Serra/Cunha/Globo/Gilmar/Moro.
A jogada tem provocado indignação nas redes sociais. Muitos destacam o contraste evidente da posição do juiz diante de uma lista potencialmente explosiva para as investigações da Lava Jato – lista que envolve nomes como Aécio Neves, José Serra, Eduardo Cunha, Romero Jucá, Humberto Costa, Eduardo Campos (morto em 2014), Eduardo Paes, Renan Calheiros, Sérgio Cabral, Jaques Wagner e José Sarney, entre outros –, e sua decisão anterior, classificada ontem (22) como ilegal pelo ministro do STF Teori Zavascki, de divulgar à imprensa conversas de foro íntimo, sem relevância para as operações da Polícia Federal, incluindo grampos de ligações entre a presidenta Dilma Rousseff e o ex-presidente Lula.
O herói nacional mudou de posicionamento depois dos carões que recebeu do ministro Teori ou quer o sigilo porque não tem…
Posted by Rodrigo Cardoso on Wednesday, March 23, 2016