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Dilma no Minha Casa, Minha Vida: ‘Impeachment sem crime de responsabilidade é o quê?’

REPORTAGEM DILMA IMPEACHMENT
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Durante o lançamento da terceira fase do programa habitacional Minha Casa, Minha Vida, que contou com a presença de representantes de movimentos sociais, a Presidenta Dilma Rousseff voltou a criticar a legalidade do processo de impeachment aberto contra ela na Câmara dos Deputados, reafirmando que o processo é golpista.

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Segundo Dilma, não se deve discutir se o impeachment está ou não previsto na Constituição, pois ele está, sim, previsto na Constituição. Porém, para Dilma, o processo de impeachment sem a existência de crime de responsabilidade é golpe, e não adianta fingir.

“É absolutamente má-fé dizer que, por isso, todo impeachment está correto”, afirmou a presidente. “Para o impeachment estar correto, a Constituição exige que se caracterize crime de responsabilidade. É isso. Impeachment sem crime de responsabilidade é o quê? É golpe, é essa a questão. Não adianta fingir que nós estamos discutindo em tese o impeachment. Nós estamos discutindo um impeachment muito concreto e sem crime de responsabilidade.”

Dilma destacou que um presidente só pode ser julgado por irregularidades cometidas durante o mandato, ressaltando que o alvo desse processo de impeachment são contas de 2015. A presidente disse que faz questão de que julguem seu mandato passado, e a sua vida pregressa, mas não podem fazê-lo como álibi para impeachment.

“O que está em questão no impeachment são as contas de 2015. As contas de 2015 só vão ser apresentadas em abril, não foram sequer julgadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU), nem tampouco pelo Congresso Nacional. Que processo é esse? Esse é um processo golpista. E ele é um processo que não compadece com a trajetória democrática do nosso país, depois da redemocratização.”

Em seu discurso, a Presidenta Dilma garantiu ainda que não vai fazer ajustes na economia cortando programas sociais, e disse que os que tentam interromper seu mandato estão impedindo a estabilidade política e a retomada do crescimento econômico do país.

“O Minha Casa, Minha Vida, agora na terceira fase, também é um instrumento de recuperação da economia brasileira, é um instrumento de recuperação de emprego, é o caminho que nós vamos seguir. Nós queremos que a economia brasileira retome seu caminho. Para isso, sem estabilidade política, nós não chegaremos lá. Aqueles que querem interromper um mandato legitimamente eleito, que não seja pelos instrumentos legais, vão ser responsáveis por retardar a retomada do crescimento econômico e a geração de empregos.”

Dilma Rousseff finalizou lamentando o clima de hostilidade política e a divisão do país em pró e contra o Governo, por acreditarem em coisas diferentes. A presidente alertou que a intolerância é grave, porque é a base da violência, e isso não pode ser aceito no Brasil.

“Nós nunca fomos assim. Nós podemos até divergir. A gente pode não gostar, mas nós não somos uma cultura intolerante. Lamento profundamente aqueles que vêm destilando o ódio entre brasileiros e brasileiras. Lamento profundamente, e acho que isso é grave, porque a intolerância é a base da violência. Acreditar que o outro não tem direito ou não merece ser tratado com respeito é a base da violência, e isso nós não podemos aceitar no nosso país.”

Também presente na cerimônia, o coordenador nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto, Guilherme Boulos, fez questão de falar contra o processo de impeachment presidencial. Além de mencionar o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, que conduz o processo, que para ele é golpe, Boulos ainda falou sobre o quadro político, criticando a FIESP, a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo.

De acordo com Guilherme Boulos, “a FIESP sempre fez os trabalhadores pagarem o pato, e agora assume uma postura hipócrita”. O coordenador nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto encerrou dizendo que as garantias constitucionais estão em risco e que os trabalhadores não vão abrir mão de seus direitos sem luta.

“Nós não abriremos mão da nossa democracia. Nós não abriremos mão dos nossos direitos sociais. Que o recado fique claro para aqueles que querem ameaçar a democracia e atacar programas sociais. Vai ter luta, vai ter resistência. Não passarão com este golpe de araque no Brasil.” 

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