O anúncio, feito a partir da sede do Ministério das Relações Exteriores da Venezuela, em Caracas, representa um importante marco na tentativa de pôr fim a meio século de conflito armado.
Após quase dois anos de conversações preliminares, as partes definiram que as negociações serão realizadas no Brasil, Equador, Venezuela, Chile e Cuba. Estes países, bem como a Noruega, se dispuseram a mediar o processo de paz.
O processo deverá contemplar seis tópicos: participação da sociedade na construção da paz; democracia para a paz; transformações; vítimas; fim do conflito armado; e implementação.
— BOCHA#timbeta#SDV (@bochacaballero) 30 de março de 2016
As negociações se assemelham às que ocorrem há mais de três anos em Cuba com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), o maior grupo rebelde do país. Recentemente, este processo acabou emperrando num momento em que um acordo final parecia estar próximo, fazendo com que o prazo fosse prorrogado.
Seguindo uma ideologia que mescla cristianismo, marxismo e nacionalismo radical, o ELN foi fundado em 1964 sob a influência da revolução cubana (quase ao mesmo tempo com as FARC) e hoje conta com mais de 1500 combatentes, segundo cifras oficiais.
Assim como as FARC, o grupo utiliza técnicas extremas para conseguir financiamento, como extorsão, sequestros e, nos últimos anos, através de vínculos com o narcotráfico.
Em mais de 50 anos, os conflitos entre o governo e as guerrilhas colombianas já deixaram mais de 220 mil mortos, 45 mil desaparecidos e 6,8 milhões de deslocados.