No dia que marcou os 52 anos do golpe militar que mergulhou o país em 21 anos de ditadura, cerca de 150 mil ativistas, segundo números da Polícia Militar, de diferentes classes econômicas e políticas ocuparam as ruas de diversas cidades brasileiras em defesa do ideal democrático e contra a suposta tentativa de golpe que vem sendo organizada por grupos que pedem o impeachment da chefe de Estado do Brasil.
#GolpeNuncaMais | Jornada de protesta en #Brasil contra intentos de golpe de Estado https://t.co/9jkROXLBjq pic.twitter.com/lG4VgIOk8I
— teleSUR TV (@teleSURtv) 1 апреля 2016 г.
Segundo Braga, que é professora da Universidade Federal de São Carlos (UFSCas), embora o contexto atual seja diferente do de 1964, o simbolismo desse último 31 de março teve um grande peso para expressar que as milhares de pessoas que foram protestar não aceitam a "reprise de um golpe às instituições democráticas".
Da mesma opinião da especialista e dos manifestantes, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que não participou presencialmente do ato de ontem em Brasília, como era esperado, publicou um vídeo nas redes sociais enfatizando o caráter democrático das manifestações contrárias à saída precoce de Dilma Rousseff, lembrando que a presidenta "não cometeu nenhum crime de responsabilidade". De acordo com Lula, "o povo brasileiro está mostrando o quanto valoriza a democracia, e se manifesta em defesa da Constituição, do Estado de direito e das conquistas sociais".
"Eu tenho certeza que essa energia nova, que vem do coração do Brasil, vai dar o impulso necessário para o País vencer a crise e retomar o caminho do desenvolvimento. Viva a liberdade, viva a democracia", concluiu o ex-presidente.
Nesta sexta-feira, cerca de 3 mil pessoas foram às ruas em São Paulo para protestar contra todos os nomes de destaque do atual cenário político brasileiro, defendendo a realização de novas eleições gerais. Essa manifestação, convocada pela central sindical Conlutas (ligada ao PSTU), que também se opõe ao impeachment, tem como objetivo, segundo os organizadores, mostrar que o Brasil pode ter outras opções além de PT, PMDB, PSDB e seus respectivos membros.
"As outras manifestações não tiveram a participação da classe trabalhadora. Quando você vai na base, você vê que o 'fora todos' é o verdadeiro sentimento do trabalhador brasileiro", declarou o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, Antônio Ferreira de Barros, citado pela Folha de S. Paulo.