É bomba: Daesh usa laboratório da Universidade de Mossul para produzir ‘Receita de Satã’

© REUTERS / Stringer/FilesMilitante do Daesh em Mosul, Iraque
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O grupo terrorista Daesh (autodenominado Estado Islâmico) – tomou o controle sobre um laboratório de química da universidade de Mosul, no Iraque, para montar dispositivos explosivos que possivelmente foram utilizados em ataques terroristas na Europa, segundo relata a mídia internacional nesta sexta-feira (1º).

"A Universidade de Mossul é o melhor centro de pesquisa para o Daesh no mundo", disse o general  iraquiano Hatem Magsosi ao The Wall Street Journal. "Os trainees vão para Raqqa [reduto do grupo terrorista no norte da Síria], depois [vão] à Universidade de Mosul para usar as instalações existentes".

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De acordo com o oficial, os materiais produzidos no laboratório incluem bombas químicas à base de peróxido, coletes suicidas, explosivos à base de nitrato e armas químicas.

O Daesh, banido em diversos países, inclusive nos EUA e na Rússia, tomou o controle sobre Mossul, a segunda maior cidade do Iraque, em junho de 2014, sem enfrentar resistência por parte do exército iraquiano treinado e equipado pelos EUA. 

A publicação também cita pessoas próximas à universidade segundo as quais "dezenas" de engenheiros e cientistas filiados ao grupo terrorista já haviam criado um "hub de pesquisa" no bem equipado laboratório de química da instituição em março de 2015.

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Relata-se ainda que jihadistas estrangeiros foram vistos no laboratório pelo menos desde agosto passado. Por volta do mesmo período, observa o jornal, foi registrado um aumento no uso de bombas feitas a partir de uma substância em pó conhecida como triperóxido de triacetona (TATP), descrita pelo general Magsosi como a "Receita de Satã" devido aos seus efeitos letais e à dificuldade de detectá-la.

Embora não seja possível verificar se os autores dos ataques de Bruxelas e de Paris utilizaram os laboratórios de Mosul, soube-se no mês passado que pelo menos um suspeito fabricou cintos de explosivos e malas-bomba à base de TATP. 

Além disso, a polícia belga descobriu quase 15 kg de substâncias do tipo TATP durante uma operação realizada no dia 23 de março no município de Schaerbeek, um dia após os atentados que mataram 32 pessoas e feriram 316 em Bruxelas.

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Duas semanas após os ataques de 13 de novembro em Paris, a polícia francesa também encontrou um cinto de explosivos contendo parafusos e TATP. Acredita-se que a mesma substância foi usada em sete coletes detonados durante a série de ataques que matou 130 pessoas e feriu 368 na capital francesa.

De acordo com o Wall Street Journal, apesar dos numerosos bombardeios da coalizão liderada pelos EUA contra o Daesh em Mossul, o estado da universidade permanece incerto.

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