As tensões em torno de Nagorno-Karabakh têm potencial de se estender para além das fronteiras da região [disputada]" diz um estudo do centro de pesquisa de inteligência norte-americano Stratfor, se referindo em primeiro lugar à Rússia e à Turquia.
"Moscou não quer uma guerra de grande escala. Um envolvimento maior da Rússia no conflito vai automaticamente resultar em intensificação da atividade turca no sul de Cáucaso, de forma a equilibrar as posições da Rússia no Cáucaso," diz o relatório do centro de pesquisas norte-americano.
Os primeiros combates, envolvendo artilharia e helicópteros ocorreram no dia 2 de abril. Já no dia seguinte Baku anunciou a suspensão unilateral das ações militares. Porém, episódios de violência esporádica têm sido registrados até o momento. Ambas as partes se acusam mutuamente de violarem a trégua frágil, estabelecida pelo Protocolo de Bishkek, assinado em 1994.
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Hossein Sheikholeslam, membro do Legislativo iraniano, entrevistado pelo Sputnik, também se mostrou preocupado por um alastramento eventual do conflito. "A violência não faz bem nem para a Armênia, nem para o Azerbaijão. O Irã e a Rússia, sendo países vizinhos, são também atingidos," diz o deputado iraniano.
A Rússia tem repetidamente chamado tanto Baku como Erevan a chegar a uma resolução pacífica do conflito em Nagorno-Karabakh. O ministro das Relações Exteriores da Rússia Sergei Lavrov confirmou ontem a posição de Moscou referente ao assunto.
"Apresentamos as nossas preocupações [a Erevan e Baku], reiteramos as palavras do presidente da Rússia sobre a necessidade urgente de pôr fim às violações de cessar-fogo, e não criar obstáculos para que sejam retomados os esforços com vista a passar para a resolução pacífica do conflito. Esperamos ser ouvidos," disse o chefe da diplomacia russa.
No dia 7 de abril está agendada a visita do chanceler russo a Baku, capital do Azerbaijão, onde manterá encontros com seus homólogos azerbaijano Elmar Mammadyarov e iraniano Javad Zarif.