Também havia cismas quando alguns soldados, seduzidos por “promessas e dinheiro”, declaravam sua deserção e passavam para as fileiras de militantes dos grupos armados ilegais.
São pessoas vivas que participam e sofrem nestes eventos, e não tanques e metralhadoras. São pessoas, com seus sonhos e ambições.
Quanto aos sonhos, eles os deixaram de lado em prol de uma coisa – do bem comum do povo e da vida em paz e abundância na sua própria pátria.
A agência Sputnik perguntou alguns soldados como eles imaginam o futuro depois da guerra.
Khamza Ismail, de 26 anos, viu a sua família há três anos. No futuro ele queria ter uma grande família e trabalhar em um banco na Síria.
“Eu sonhava com tornar-me magistro e depois entrar no curso de doutorado. Mas o meu povo é mais importante”, diz.
Tamaam Maala recebeu o diploma de Construção Pública em 2010, mas dentro de um ano flagrou a guerra. Ferido algumas vezes, ele descartou a proposta de abandonar a frente.
“O meu pai morreu e eu não consegui asistir aos fenerais. É uma ferida forte para mim. Mas as palavras dele, que ele disse durante o nosso último enconto, apertando a minha mão, alegram-me: 'Orgulho-me que o meu filho é um dos heróis do país'”.
Ele sonha com dar ao seu filho o nome do pai.
Muhammed Ammar tem 28 anos, é contabilista de profissão. Ele insistiu para ir à frente no mesmo momento quando a guerra começou.
O seu sonho íntimo também é a família. Para isso ele está preparado para esperar e combater.
O soldado Adnan al-Akhmed sonha que a sua mãe acredite no futuro novamente. Como todo o país, a família dele espera os seus heróis voltarem vivos e com boa saúde.
“A nossa vida no país se tornou uma ruína total com as ruas cheias de fotos dos heróis tombados. Vivemos sonhando com a vítoria”, disse Adnan que quer continuar o seu estudo na Universidade.
“Eu decidi defender o nosso país. Abandonei a mulher e a filha, para a qual nunca podia deixar de olhar. Chegaram os dias quando todos os nossos sonhos se arruinaram para uma coisa só: a paz no país”.
Quando ele liga à família, conta que pensa o seguinte: “Será que esta é a última vez quando ouço as vozes deles?.. Mas tento levar estes pensamentos e sentimentos. Aguardamos o dia para poder voltar à casa. Sim, sofrimentos e massacres irrumperam na nossa vida, mas sonhamos com o dia quando voltemos. A guerra só permite pensar nisso”.