“Eu vivia com medo, fome e violência. Eu fui ensinado a atirar de fuzil por militantes do Daesh, que nos diziam que, após o ensino, nós iríamos para Sinjar e começaríamos a matar yazidis. Eles diziam que sem a religião nós somos kafirs”, contou o menino.
Em 3 de agosto, Ayman Sharaf Khaji, de 11 anos de idade, foi capturado juntamente com a sua família e milhares de outros yazidis pelos terroristas na cidade de Sinjar.
As crianças capturadas foram chamadas de “filhotes de tigre do califado” porque “filhote de tigre” é a tradução direta da palavra árabe “asbal” (أشبال), que é usada para indicar crianças de tenra idade.
Além de ensinar os reféns a montar e desmontar fuzis Kalashnikov, os terroristas também fizeram as crianças passar por lavagem cerebral, incutindo-lhes ideias religiosas extremistas.
"Um dia, Abu Azzam, que era responsável por nossa preparação no campo, me pediu para ler o Alcorão. Eu disse que ainda não conseguia. Então eu e outro menino fomos levados a um chefe muito gordo chamado Mohammed que nos fechou num armazém muito estreito e sem luz. Pouco tempo depois, outros 4 meninos foram levados no armazém vizinho e foram fechados lá semelhante a nós. Todos os eles morreram asfixiados”.
Esta história aconteceu enquanto Ayman estava na cidade de Tall Afar, na província de Ninawa (Iraque). Antes disso, o menino com a sua família havia sido transferido para a prisão de Badosh, localizada perto de cidade de Mossul.
Atualmente Ayman Sharaf Khaji e a sua família vivem no campo de refugiados de Sharya, no norte do Iraque. O menino espera conseguir ir à Alemanha e receber o estatuto de refugiado.