"Quero que esse tema seja de uma vez por todas encerrado na Rússia: não existe a possibilidade de a Turquia entregar seu cidadão a um outro país para ser julgado. As leis turcas não permitem isso. Isso está fora de discussão. Tudo pode ser discutido, menos a questão da extradição de um cidadão turco para um outro país. Se um cidadão da Turquia cometeu um crime com relação a um cidadão de outro país, e se o tribunal turco reconhecê-lo como culpado, então ele será punido pelo tribunal turco" – declarou Ustyundag.
No entanto, o advogado destacou que o lado russo poderia participar do processo judicial contra Celik na Turquia.
"Primeiramente a Rússia deverá enviar à Turquia um requerimento declarando intenção de participar do processo judicial, que será apreciado pelo tribunal. Se a participação da Rússia for considerada aceitável pelo tribunal, então ela poderá apresentar toda a documentação que ela julgar necessária para o caso" – explicou Ustyundag.
Alparslan Celik, que anteriormente havia assumido a responsabilidade pelo assassinato do piloto russo Oleg Peshkov, foi detido no dia 31 de março, junto com um grupo de amigos, na cidade de Izmir, no oeste da Turquia, sob acusação de armazenamento e porte ilegal de armas. Na ocasião foram apreendidos fuzis de assalto Kalashnikov, seis pistolas e uma grande quantidade de munições.
O assessor do presidente russo Dmitri Peskov declarou que o Kremlin gostaria de obter a informação sobre a essência das acusações e sobre a versão turca do assassinato do piloto. Entretanto, Peskov espera que os culpados sejam punidos.
As relações entre a Rússia e a Turquia se agravaram após 24 de novembro de 2015, quando um caça turco F-16 abateu um bombardeiro russo Su-24 no céu da Síria. Vladimir Putin classificou o abate como “um golpe nas costas” por parte de pessoas que apoiam os terroristas e assinou um decreto sobre a aplicação de restrições especiais contra a Turquia.