Segundo o MST, um grupo dos sem-terra que integram o acampamento localizado na área da madeireira Araupel foi alvejado por seguranças da empresa e policiais militares quando transitava pelo local. Já a Secretaria Estadual de Segurança Pública alega que uma equipe ambiental foi chamada a uma área de nome Fazendinha para verificar um foco de incêndio quando foi atingida por disparos realizados pelos sem-terra.
A PM informa que enviou equipes para socorrer as vítimas. e um helicóptero foi utilizado para remoção dos feridos. Testemunhas do MST que não querem se identificar, no entanto, dizem que os integrantes foram baleados pelas costas. O Instituto Médico Legal não se pronunciou sobre essa versão, e anunciou que divulgará um laudo em 15 dias.
A Araupel é uma empresa de reflorestamento e beneficiamento de madeira instalada na região há quatro décadas. Em julho de 2004, a área da fazenda foi invadida por centenas de famílias de sem-terra, e desde então o clima é de tensão na região. A titularidade da área está sendo analisada pelo Tribunal Regional Federal da 4.ª Região. Hoje, segundo o próprio MST, o acampamento dos sem-terra tem 2.500 famílias, com cerca de 7 mil pessoas.
Antônio Miranda, do MST, nega que tenha havido confronto.
“Quem está dizendo isso é a Polícia Militar. Houve uma emboscada da Polícia Militar junto com os jagunços da Araupel, coordenados pelo Senhor Tarso e também pelo Rossoni, que é o chefe da Casa Civil. Nós do MST desde o início viemos denunciando no Ministério Público e nos direitos humanos a truculência da Polícia Militar aqui na região.”
“A questão fundiária no Brasil tem que ser tratada com justiça social. O que as empresas fazem, os latifundiários fazem e o Estado faz? Estão tentando criminalizar a luta pela terra. Trata-se de questionar e fazer ocupação em terras que são públicas e que são as melhores do mundo e têm pinus e não produzem alimento saudável para a população brasileira”, diz Miranda.