De acordo com fontes, os animais selvagens estão comendo não apenas alimentos tóxicos da região afetada, mas também produtos agrícolas de fazendas localizadas em áreas adjacentes. Estima-se que já tenham causado danos equivalentes a um milhão de dólares nesses últimos cinco anos.
Embora o tamanho da população desses porcos selvagens em Fukushima permaneça desconhecido, entre 2014 e 2016, o número de javalis mortos por caçadores na região aumentou de três mil para 13 mil. Em Nihonmatsu, a 56 km da central nuclear, foram cavadas três fossas gigantes para enterrar os animais. Entretanto, as mesmas já estão atingindo a sua capacidade máxima e, segundo as autoridades, não há mais terras públicas disponíveis para construir novos cemitérios.
Na cidade de Soma, a prefeitura gastou 1,5 milhão de dólares na construção de um incinerador desenvolvido especialmente para cremar javalis. No entanto, o dispositivo, que conta com filtros para absorver qualquer material radioativo, só consegue dar conta de três corpos por dia.
Estudos realizados em Fukushima revelaram que os níveis de radiação nas zonas afetadas pelo desastre de 2011 seguem 300 vezes acima do limite seguro para os seres humanos. E, embora a carne de javali seja muito apreciada pela comunidade local, o seu consumo pode apresentar sérios riscos à saúde caso os animais tenham sido contaminados.