O encontro, que reuniu milhares de pessoas, começou dentro do centro cultural Fundição Progresso, onde foi realizada a leitura do manifesto contra o processo de impeachment e a favor da democracia, assinado por cerca de 300 artistas e intelectuais do país.
Após a leitura do manifesto, feita pelo pelo escritor Eric Nepomuceno, o ato prosseguiu para um grande palco montado em frente aos Arcos da Lapa, onde Lula discursou por mais de 30 minutos.
O ex-presidente criticou veementemente os movimentos favoráveis ao impeachment de Dilma, chegando a comentar a aprovação do relatório favorável ao processo pela comissão especial da Câmara.
“Eu aguento muita bordoada, mas não é justo eles fazerem com a Dilma o que estão fazendo. Quando a gente sair para a rua defender o mandato da Dilma, é importante ter clareza que não estamos defendendo apenas o direito de uma mulher ser presidenta da República. A gente está defendendo a honra das mulheres brasileiras, que sempre foram tratadas como objeto de cama e mesa neste país" – disse.
“A comissão acabou de derrotar a gente, 38 a 27. Mas isso não quer dizer nada. Então, o que nós temos de ter clareza é domingo no Plenário. E nós sabemos que temos de conversar com os deputados” – destacou o ex-presidente.
Participaram do evento personalidades como os cantores Chico Buarque, Chico César e Beth Carvalho, atores Gregório Duvivier, Tassia Camargo e Letícia Sabatella, teólogo Leonardo Boff, escritor Eric Nepomuceno e dramaturgos Aderbal Freire Filho e José Celso Martinez Correa. Caetano Veloso e Wagner Moura, que também assinam o manifesto, não puderam comparecer ao ato.
Chico Buarque, que inicialmente não queria fazer qualquer tipo de declaração, acabou pegando o microfone para dizer algumas palavras: "Quero dizer que nós amamos essa energia toda, da juventude, que está junto com a gente em defesa da democracia! Não vai ter golpe!”.
No plano político, estiveram presentes o ex-presidente do PSB Roberto Amaral e o ex-ministro de Relações Exteriores Celso Amorim, além de militantes de PT, PCdoB, PSOL e PDT. E o evento também contou com a presença representantes de sindicatos e movimentos sociais, como UNE, MST, CUT, Unegro e Federação Única dos Petroleiros (FUP), bem como da líder indígena Sônia Guajajara.