“O presidente da Câmara não é sucessor de ninguém. Existe uma diferença: o vice-presidente da república é sucessor do presidente e substituto eventual. O presidente da Câmara, assim como o do Senado ou o do Supremo Tribunal Federal (STF), são substitutos eventuais. A sucessão do vice e do presidente jamais é o presidente da Câmara, do Senado ou do STF”, disse Cunha ao deixar o plenário para almoçar neste sábado.
Segundo Cunha, há quem tente politizar o processo, até porque ele não será presidente da Câmara após fevereiro de 2017.
“Não tem lógica essa situação que está sendo colocada. Querem apenas criar um constrangimento político para tentar fazer um debate político de outra natureza”. Cunha disse ainda “repudiar” esse tipo de suspeita levantada pelos governistas. “Acho que temos de colocar as coisas em seu devido lugar. Há uma denúncia grave, que é a mais grave do país: o crime de responsabilidade da presidente da república. E será apreciada a sua autorização para abertura de processo no plenário da Câmara dos Deputados. É sobre isso que a gente tem de discutir e é sobre isso que a presidenta da República deveria falar.”
Na última sexta-feira, às 8h55min (de Brasília), começaram as deliberações sobre a abertura do processo de impeachment da Presidente Dilma Rousseff. A sessão, que não teve interrupções e se alonga por mais de 24 horas até a tarde deste sábado, serve de prenúncio para a votação do relatório aprovado pela comissão especial do processo de impeachment.
O relatório recomenda a continuidade do processo de impeachment, e a votação, marcada para este domingo, na Câmara dos Deputados, decidirá se o processo seguirá para o Senado. São necessários pelo menos 342 votos para que o relatório seja aprovado.