Ao prestar apoio à Dilma, Almagro criticou o processo, que vai ser votado domingo (17) pela Câmara dos Deputados. Para ele “falta de certeza jurídica para as acusações”, e inconsistência no pedido do impeachment, ressaltando que a OAE sempre teve o Brasil como exemplo de legalidade. Almagro disse ainda, que além dos questionamentos políticos e jurídicos, há ainda “inconveniente” na dimensão ética.
O Secretário-geral da OEA chamou a atenção que diversos parlamentares, que vão decidir o futuro do governo Dilma estão com acusações pendentes, enquanto que sob a Presidenta não há nenhum tipo de crime comprovado. “Do ponto de vista ético, encontramos algo que nos chama profundamente a atenção. Aqui temos uma pessoa que não tem nenhuma acusação, imputação, julgamento, e encontramos entre os que vão julgar imputados, indagados e julgados.”
Segundo o representante da Organização dos Estados Americanos, a Organização das Nações Unidas e a União dos Estados Sul-Americanos também alertam “sobre a necessidade de estabilidade jurídica no país.”
Ao falar com a imprensa, Almagro foi questionado sobre o que a OEA pode fazer em termos práticos para ajudar o país. Ele garantiu que a entidade vai estudar a evolução dos fatos. “Isso é algo que teremos que estudar à medida que avance a situação. Vocês conhecem a Carta Democrática da OEA e a possibilidade de sua utilização no momento em que um governo considere que há alterações em sua ordem política ou jurídica. Isso é algo que o Brasil ponderará, em seu momento, sua utilização ou não”.