“O resultado da votação de domingo não é diferente da composição da Câmara dos Deputados, que é a pior dos últimos 70 anos. Embora [o resultado] tenha sido acima do esperado, a CUT está se mobilizando” – revela o secretário de Relações Internacionais da Central, Antônio Lisboa.
O dirigente é enfático também em relação à hipótese de o Senado acatar o pedido de impeachment, o que levaria ao afastamento da Presidenta Dilma pelo prazo de 180 dias – necessário à investigação das denúncias de crime de responsabilidade fiscal – e à assunção do Vice-Presidente Michel Temer.
“Não reconheceremos o eventual Governo Temer, caso venha a ocorrer, como Governo legítimo. A CUT está orientando suas bases a não sair das ruas. Ontem [domingo] estivemos com muito mais gente do que aqueles que atuam como fascistas no Brasil estiveram. As ruas voltaram a ser da classe trabalhadora” – garante Lisboa.
Lisboa diz que a CUT não trabalha em qualquer conjuntura com um único cenário.
“O cenário B – a aceitação do golpe por parte do Senado – fará com que a CUT vá às ruas denunciar os golpistas, já incluindo os senadores que votarem pelo golpe, denunciando ao mundo inteiro, aliás, o que já viemos fazendo nos últimos dias e continuaremos fazendo. E não sairemos das ruas. Não vamos reconhecer o Governo Temer como um Governo legítimo, e vamos continuar mostrando à classe trabalhadora que o golpe não é contra Dilma e sim contra os trabalhadores, os direitos humanos, os direitos das minorias da população brasileira” – explica Lisboa.
Também segundo Antônio Lisboa, a entidade espera reunir milhões de pessoas nas ruas durante a realização de uma assembleia nacional de luta pela democracia e pelos direitos no dia 1.º de maio.