Mais cedo, Calheiros chegou a dizer que a Comissão seria instalada somente na terça-feira (26). Porém, ao longo do dia, por sugestão do senador Aécio Neves (PSDB-MG), o Presidente do Senado decidiu mudar a data da sessão plenária para as 16h de segunda-feira (25). Segundo Renan Calheiros, os partidos terão até sexta-feira (22) para apresentar suas indicações à comissão de impeachment.
Antes do início da sessão de hoje, que contou somente com a leitura do parecer aprovado na Câmara, o presidente do Senado afirmou à imprensa que não irá atropelar o processo entre defesa e acusação, por conta da pressão da oposição.
“Nós vamos eleger no Plenário do Senado Federal a comissão especial, que é quem ditará o ritmo da instrução processual. Nós não estamos aqui produzindo noticiário de cada dia. Nós estamos aqui fazendo a história do Brasil. Então, o Senado que vai ser ao final e ao cabo o julgador, porque cada um dos seus 81 senadores se transformará na sessão final em julgador, esse é o papel constitucional do Senado. O Senado vai julgar se há ou não há crime de responsabilidade. Nós ficaríamos muito mal na história, se quiséssemos atropelar a defesa ou a própria acusação, ganhando ou perdendo mais um dia. Eu não me presto a cumprir este papel” – explicou Renan Calheiros.
Após a leitura da denúncia contra a Presidenta Dilma Rousseff por crime de responsabilidade, instaurando o processo de impeachment encaminhado pela Câmara, Renan Calheiros anunciou que a indicação dos membros da comissão especial será feita a partir dos blocos partidários, distribuídos da seguinte forma: PMDB – 5; Bloco da Oposição – 4; Bloco de Apoio ao Governo – 4; Bloco Socialismo e Democracia, Moderador e Democracia Progressista – 2 vagas cada um.
De acordo com a assessoria do Senado, o Bloco da Oposição já indicou os senadores Aloysio Nunes Ferreira, Antonio Anastasia, Cássio Cunha Lima, todos do PSDB, e Ronaldo Caiado, do DEM. Já os suplentes indicados pelo Bloco da Oposição são: Paulo Bauer, Ricardo Ferraço e Tasso Jereissati, todos do PSDB, e Davi Alcolumbre, do DEM.
O Bloco Moderador indicou os senadores Wellington Fagundes (PR) e Zezé Perrella (PTB) como titulares e Eduardo Amorim (PSC) e Magno Malta (PR) como suplentes.
Por conta de questionamentos da oposição, durante a sessão no Senado, Calheiros anunciou: “se for necessário, e para dirimir as dúvidas, vou pedir a antecipação da transferência da Presidência do Senado Federal para o presidente do Supremo Tribunal Federal, para que essas dúvidas deixem de acontecer e para que não haja questões de ordem sendo feitas a cada momento por motivação meramente política”.