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Nicolás Maduro: Impeachment de Dilma é golpe parlamentar

ENTREVISTA COM JOÃO CLÁUDIO PITILO
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O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, voltou a defender a Presidenta Dilma Rousseff, classificando de “golpe de Estado parlamentar” a aprovação do pedido de impeachment pela Câmara dos Deputados, no último domingo (17). Para Maduro, o resultado representa uma ameaça para toda a América.

Maduro disse que o processo judicial que visa ao impedimento de Dilma “faz parte da ofensiva imperialista para acabar com os governos populares e implementar outra vez seu modelo neoliberal repressivo”. O presidente venezuelano compara o que está acontecendo no Brasil ao que se passa na Venezuela, mas garantiu que o golpe de Estado que está sendo gerado em seu país será derrotado na Câmara – agora de maioria oposicionista –, mas com base na Constituição.

O pesquisador do Núcleo das Américas da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), João Cláudio Pitillo, diz que o alerta de Chaves faz sentido, uma vez que o próprio presidente venezuelano vem sofrendo com esse tipo de golpismo há muito tempo.

“Aqui no Brasil essa situação se tornou mais flagrante depois da segunda eleição da Presidenta Dilma Rousseff. A coisa foi ganhando corpo e chegou ao descalabro depois daquele teatro dos horrores a que nós assistimos no último domingo. Ali ficou confirmado que há uma organização criminosa e golpista para tirar uma presidente eleita e que não cometeu nenhum crime. A legitimidade que aqueles deputados receberam na urna não é sinônimo de moral, porque uma boa parte está envolvida em algum tipo de maracutaia” – diz Pitillo.

O pesquisador da UFRJ continua:

Nicolás Maduro em Moscou, antes das celebrações do Dia da Vitória em 2015. - Sputnik Brasil
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Nicolás Maduro: processo de impeachment de Dilma ameaça toda a América Latina
“O PIG – Partido da Imprensa Golpista no Brasil está tendo um papel fundamental nesse processo. Se não fosse o anteparo da mídia, dificilmente esses golpistas teriam êxito na tentativa de tirar a Presidenta Dilma do seu cargo. O problema se agrava porque os grandes conglomerados de mídia no Brasil se tornaram partido. E eles já declararam há muito tempo que o interesse político deles é o neoliberalismo.”

Segundo João Cláudio Pitillo, isso dá o lastro principal não só para a derrubada de Dilma mas para explicar a situação que vive a Venezuela, onde o Presidente Maduro vem sendo acossado por forças extremamente reacionárias que recebem apoio da mídia, principalmente estrangeira.

“Hoje a mídia internacional dá com muito mais isenção do que a mídia nacional o que está se passando no Brasil” – conclui Pitillo.

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