Maduro disse que o processo judicial que visa ao impedimento de Dilma “faz parte da ofensiva imperialista para acabar com os governos populares e implementar outra vez seu modelo neoliberal repressivo”. O presidente venezuelano compara o que está acontecendo no Brasil ao que se passa na Venezuela, mas garantiu que o golpe de Estado que está sendo gerado em seu país será derrotado na Câmara – agora de maioria oposicionista –, mas com base na Constituição.
O pesquisador do Núcleo das Américas da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), João Cláudio Pitillo, diz que o alerta de Chaves faz sentido, uma vez que o próprio presidente venezuelano vem sofrendo com esse tipo de golpismo há muito tempo.
“Aqui no Brasil essa situação se tornou mais flagrante depois da segunda eleição da Presidenta Dilma Rousseff. A coisa foi ganhando corpo e chegou ao descalabro depois daquele teatro dos horrores a que nós assistimos no último domingo. Ali ficou confirmado que há uma organização criminosa e golpista para tirar uma presidente eleita e que não cometeu nenhum crime. A legitimidade que aqueles deputados receberam na urna não é sinônimo de moral, porque uma boa parte está envolvida em algum tipo de maracutaia” – diz Pitillo.
O pesquisador da UFRJ continua:
Segundo João Cláudio Pitillo, isso dá o lastro principal não só para a derrubada de Dilma mas para explicar a situação que vive a Venezuela, onde o Presidente Maduro vem sendo acossado por forças extremamente reacionárias que recebem apoio da mídia, principalmente estrangeira.
“Hoje a mídia internacional dá com muito mais isenção do que a mídia nacional o que está se passando no Brasil” – conclui Pitillo.