A informação foi prestada nesta quarta-feira (20) pelo representante permanente da Rússia na OTAN, Aleksandr Grushko.
"Expressamos preocupação com a degradação da situação no sudeste da Ucrânia, com as continuas violações do regime de cessar-fogo. Indicamos diversos fatos registrados pela missão da OSCE de uso de armamentos pesados pelas forças de Kiev, ataques indiscriminados a posições dos independentistas, ocupações de regiões habitadas na "zona cinza" [linha de conflito], ausência de armamentos sujeitos à retirada nos depósitos das Forças Armadas da Ucrânia" – destacou Grushko ao fim da reunião do Conselho.
Segundo ele, uma série de itens dos Acordos de Minsk jamais foram cumprimos por Kiev, como, por exemplo, a aprovação de uma lei proibindo a perseguição de pessoas implicadas em eventos ocorridos em certas regiões das autoproclamadas repúblicas de Donetsk e Lugansk.
"Sob diversos pretextos, as autoridades da Ucrânia evitam conceder um estatuto especial permanente a Donbass, firmado de forma legislativa. Não houve qualquer emenda à Constituição nesse sentido. O diálogo sobre o caráter das eleições está sendo conduzido com grandes dificuldades. A realização dessas eleições é previamente amarrada a condições inaceitáveis para representantes de Donbass" – explicou Grêshko.
Assim, segundo Grêshko, preocupa a Rússia o fato de muitos militares ucranianos, que receberam treinamento de instrutores vindos dos EUA, do Canadá e de outros países da OTAN, estarem se dirigindo para a "linha de contato" desse conflito.
Falando em pontos positivos da reunião, o representante russo frisou que todos os membros do Conselho Rússia-OTAN reconheceram o fato de que a única solução para a regulação da crise ucraniana reside no cumprimento pleno dos Acordos de Minsk.