Especialistas russos explicam razões reais do terrorismo e crise migratória na Europa

© REUTERS / PHILIPPE WOJAZERParaquedistas do exército francês patrulham a área perto da Torre Eiffel em Paris
Paraquedistas do exército francês patrulham a área perto da Torre Eiffel em Paris - Sputnik Brasil
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Nos últimos meses a União Europeia enfrentou as consequências de seus dois maiores problemas – a imigração ilegal e o terrorismo. Dois especialistas russos analisaram as razões destas duas ameaças que a Europa enfrenta.

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Os dois analistas citados pela edição russa lenta.ru notaram que o principal fator que pode ajudar explicar por que os líderes europeus ainda não conseguiram resolver os dois problemas é a questão da soberania nacional. 

Timofei Bordachev, diretor da Faculdade da Economia Mundial e Assuntos Internacionais da Escola Superior da Economia da Rússia, e Vladimir Vorozhtsov, especialista em defesa e major-general reformado do Ministério do Interior russo, partilharam a sua opinião durante uma conferência recentemente realizada do Conselho de Política Externa e de Defesa (SVOP, na sigla em russo).

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Os recentes atentados em Paris e Bruxelas "podem ser vistos como a fase final de desenvolvimento da Europa atual, mesmo se o conceito em si de terrorismo político não seja novo para o continente", opina Timofei Borodachev.

A diferença principal entre os terroristas do passado e os de hoje, notou o especialista, é que "o terrorismo atual desencadeia a guerra não só contra a Europa", ou contra um país em particular, "mas contra toda a civilização ocidental. Muitas vezes, os países  que se encontram sob ataque não são aqueles que, do ponto de vista dos terroristas, são os mais “culpados”, mas aqueles que estão mais desprotegidos," e a Bélgica é o melhor exemplo disso. 

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Além disso, no momento atual, nota Bordachev, "as forças de segurança europeias são forçadas a trabalhar sob orientações políticas desfavoráveis (por exemplo, sob o notório conceito do 'politicamente correto') e de acordo com leis que, na sua maioria, são obsoletas."

Comentando o assunto, Vladimir Vorontsov sublinhou por seu lado que o terrorismo islâmico na Europa ainda não atingiu o ponto crítico:

"É necessário compreender que os líderes do Daesh [grupo terrorista proibido na Rússia] ainda não concentraram seriamente a sua atenção na Europa. Os recentes atentados em países europeus não são tanto políticos como simbólicos." 

A crise migratória na realidade é uma crise de governança

Falando da crise dos refugiados  migrantes na Europa, Borodachev disse:

"[A Europa atual] não está vivendo tanto uma crise migratória como uma crise de governança política, ambos ao nível da UE e ao nível de diversos Estados.”

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E o especialista em defesa Vladimir Vorozhtsov nota que é difícil achar qualquer lógica nas ações dos responsáveis europeus quando à política de abertura de fronteiras, política que tem relação direta com o fluxo de migrantes.

Resumindo, Bordachev sublinhou que "é necessário compreender corretamente a natureza dos problemas atuais da Europa. Muitos creem que os países da UE desistiram da sua soberania nacional, mas na realidade isso não é verdade. A recente crise na zona de euro foi causada pela falta de uma política econômica comum e a crise migratória – pela falta de uma política comum de policiamento."

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