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Senado escolhe comissão do impeachment

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O Senado Federal elege nesta segunda-feira, 25, os integrantes da comissão especial que vai analisar as acusações contra a Presidenta Dilma Rousseff no processo do impeachment. A comissão escolhida pelo Plenário vai contar com 21 membros titulares e 21 suplentes.

Na abertura da sessão, no início da tarde, os senadores fizeram na tribuna discursos contra e a favor do impeachment.

A Senadora Ângela Portela (PT/RR) afirmou em discurso que os senadores vão saber agir sobre o impeachment dentro do limite do processo, ao contrário do que aconteceu com os deputados na votação do processo na Câmara.

“Como casa da moderação e do equilíbrio, acredito que o Senado saberá circunscrever o processo às acusações que constam da denúncia apresentada na Câmara, diferentemente do que fizeram os deputados, que basearam seus votos em desejos de vingança política e na necessidade desesperada de esfriar as investigações da Lava Jato. Os senadores certamente saberão agir dentro dos limites do processo.”

Já o Senador Humberto Costa (PT/PE) reafirmou que o processo de impeachment é nulo, pois não há qualquer crime cometido pela Presidenta Dilma que justifique o seu impedimento. Segundo o senador petista, “os que defendem o golpe estão transformando o Brasil numa república de bananas”.

Manifestação na av. Paulista - Sputnik Brasil
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PT pede apoio a organizações sociais, sindicais e estudantis contra o impeachment
José Medeiros, senador pelo PSD de Mato Grosso, disse ser um desrespeito chamar o processo de impeachment de golpe. O mesmo reclamou o Senador Álvaro Dias (PV-PR), que disse que apenas a questão das pedaladas fiscais já justifica o impeachment.

A maior bancada na comissão é a do PMDB, com 5 senadores. O bloco da oposição, formado por PSDB, Democratas e PV, possui 4 senadores. A base governista, que reúne PT e PDT, também tem 4 integrantes. Já o bloco Socialismo e Democracia, formado por PSB, PPS, PCdoB e Rede, indica 3 senadores. A Democracia Progressista, do PP e PSD, também conta com 3 integrantes, e o Bloco Moderador, do PTB, PR, PSC, PRB e PTC, tem 2 vagas na comissão.

A grande disputa é pela relatoria da comissão. O PSDB indicou para o cargo o Senador Antônio Anastasia, de Minas Gerais. Os governistas, no entanto, querem uma alternativa mais neutra, já que Anastasia é muito ligado ao presidente do partido, Senador Aécio Neves.

O Senador Raimundo Lira, da Paraíba, foi indicado pelo PSDB para presidir a comissão. Ao conversar com a imprensa no Senado, Lira garantiu que está preparado para atuar no cargo, pois tem vasta experiência em conduzir comissões. Ele também garantiu que será imparcial e só vai se posicionar sobre o impeachment na hora do voto.

“Até o encerramento dos trabalhos desta comissão eu vou me comportar, agir e falar como presidente da Comissão. Como parlamentar, só quando chegar a minha vez no Plenário do Senado Federal. O PMDB da Paraíba havia fechado questão de que todos eram a favor do impeachment, deputados e senadores. O PMDB nacional também. Mas, ao receber essa missão do Senador Eunício Oliveira, eu disse que iria ter um comportamento suprapartidário, e que meu status a partir daquele momento ia ser de indeciso, já que não existe outro status. Existem somente contra, a favor e indeciso.”

O senador também comentou a briga pela relatoria da comissão especial, que deve ser o primeiro grande embate da comissão especial do impeachment.

“A escolha do relator é uma decisão dos líderes. Se o colegiado de líderes formado por partidos e blocos definiu que o PSDB é quem indica o relator, então é o PSDB que vai indicá-lo, a não ser que haja outra negociação.”

Após ser eleita no Plenário, a comissão vai se reunir pela primeira vez na terça-feira, 26, quando Raimundo Lira já pretende aprovar o cronograma para a primeira etapa de trabalho da comissão, com previsão de ouvir ainda nesta semana os juristas que acusam Dilma Rousseff de crime de responsabilidade, e também o advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, responsável pela defesa da presidente.

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