O Deputado Federal Pepe Vargas (PT-RS) é um dos nomes do Partido dos Trabalhadores que estão na linha da frente dessa resistência. Em entrevista à Sputnik Brasil, o parlamentar insistiu na tese do golpe contra a presidente da República, assegurando que o processo de impeachment não tem base alguma, pelo fato de que “Dilma Rousseff não cometeu crime algum”.
De acordo com o parlamentar, “estamos atentos à capacidade de mobilização dos movimentos sociais. Como, por exemplo, a Frente Brasil Popular, que reúne vários agrupamentos defensores da presidente da República e contrários ao clima golpista instalado no país. Além disso, o PT e os movimentos sociais costumam realizar em todo 1.º de Maio shows e manifestações em todo o país. Este ano, as iniciativas serão ainda mais intensas.”
Entre os manifestantes, Pepe Vargas constatou uma surpresa: “Grupos que, declaradamente, são contra nós [PT e Governo] também vão aproveitar este período para protestar. Os integrantes destes grupos não concordam com o Governo Dilma Rousseff mas são a favor da democracia, da legalidade e da Constituição do país. E, nesta condição, não veem legitimidade neste processo de impeachment contra a presidente da República.”
Vargas também comentou as declarações do ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva na segunda-feira, 25, de que “haverá muita luta e muito combate democrático no país daqui para a frente”. O deputado observou:
“O que o presidente [Lula] quis dizer é que todos nós estamos muito atentos às conquistas sociais que os Governos Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff asseguraram à população do Brasil. Por isso, vamos resistir muito se um eventual Governo Michel Temer derrubar estas conquistas. Aqui e ali, temos ouvido comentários de que tais e tais projetos poderão ser implantados no país, em detrimento dos ganhos sociais que proporcionamos à população.”
Finalmente, o Deputado Pepe Vargas acrescentou que seu grupo está atento a possíveis mudanças na política externa do Brasil:
“Os Governos do PT valorizaram as relações com os países da América Latina e da África, e procuraram fortalecer organismos como Mercosul, Parlasul e Unasul, além do bloco BRICS. Michel Temer, se assumir a Presidência, vai priorizar uma reaproximação com os Estados Unidos e os países da Europa. Ele também poderá mudar as regras para exploração de petróleo, acabando com o sistema de partilha e retomando o sistema de concessões, o que é o sonho das grandes empresas petroleiras multinacionais. Então, vamos acompanhar tudo isso, da forma mais vigilante possível, e estaremos prontos para denunciar todas as ameaças que vierem a recair sobre o Brasil.”