O acordo vai ter duração de dois anos e orçamento de R$12 milhões, sendo 70% recursos vindos da Apex-Brasil e 30%, do Mapa.
Cerca de 100 produtos, como carnes, grãos e frutas, fazem parte do acordo. Os mercados-alvo do governo brasileiro são os países, blocos e regiões que integram o Plano Nacional de Exportações, como China, Coreia do Sul, Oriente Médio, Estados Unidos, Rússia, Japão, União Europeia, África Subsaariana e Sudeste Asiático.
De acordo com a Ministra da Agricultura, Kátia Abreu, a parceria é uma estratégia para superar a crise diante da nova realidade cambial do país, ampliando não só a participação das exportações do agronegócio na economia brasileira, mas também a participação do Brasil no comércio mundial.
"Nós precisamos dessas parcerias para que nós possamos ter estudos de inteligência, de mercado, prospecção de futuro, onde está aumentando o consumo de determinados produtos. Esses estudos vão fazer com que nós possamos trabalhar de forma mais planejada".
Kátia Abreu ressaltou para a imprensa que a FAO, Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura, conta com o Brasil para garantir o abastecimento do mundo em 2050.
"A FAO, nos seus estudos, e nas suas previsões para 2050, por exemplo, faz um cálculo de quanto de alimento nós precisaremos, porque a população vai aumentar em mais de 2 bilhões de pessoas. A FAO faz uma simulação dos países que estão aptos e conseguem produzir esse alimento, e o Brasil está em primeiro lugar. A FAO espera do Brasil um aumento de mais de 40% para abastecer o mundo em 2050".
O acordo prevê ainda a criação de um banco de dados, um guia de investimentos e um canal direto de relacionamento com investidores internacionais.
Ao falar com os jornalistas, o presidente da Apex-Brasil, David Barioni, alertou que a promoção comercial ajuda o Brasil a ser reconhecido como fornecedor confiável de alimentos. Segundo ele, a parceria terá três vertentes: eventos e promoção dos produtos, capacitação de investidores estrangeiros nos negócios brasileiros, e, por fim, o estudo de inteligência para mais de cem produtos, analisando de que forma o Brasil pode se inserir melhor em cada país comprador.
"Eu te dou um exemplo. Nós fizemos uma missão há três, quatro meses, na Rússia, onde, devido ao embargo da Europa em cima da Rússia, eles têm um interesse enorme em comprar produtos lácteos brasileiros. Então, temos que estudar qual produto lácteo é esse, qual é o gosto, qual é a característica, qual é o tempo de duração desse produto, qual a melhor maneira de exportar, qual a região da Rússia que quer esse ou aquele produto devido a temperatura. É um estudo bastante complexo".
De acordo com dados da Apex-Brasil, no ano passado, foram desenvolvidos 21 projetos em parceria com entidades setoriais, com a participação de quase 900 empresas, que exportaram para 192 mercados. Entre os setores apoiados estão: carne bovina, carne de frango e suína, sucos cítricos, cana de açúcar, cafés especiais, vinhos, frutas e orgânicos.