“Há poucas publicações científicas e nenhuma descrição biológica do local. Então, estamos explorando genuinamente uma terra virgem do ponto de vista científico”, disse Felipe Gómez, do Centro de Astrobiologia (INTA-CAB) em Madrid.
“Este local é maravilhoso, mas hostil, com uma temperatura de 42 graus Celsius de dia e 30 graus de noite, com vapores de cloro. Quaisquer microorganismos que vivam aqui serão micróbios extremófilos, de grande interesse de astrobiologistas”.
Gomez e os seus colegas estão estudando “o mundo estranho” do Deserto de Danakil no norte da Etiópia, que surgiu em resultado da colisão das três placas litosféricas. Devido à atividade vulcânica, Danakil é o local mais quente da Terra.
A área está mais de 100 metros abaixo do nível do mar, e o magma passa muito perto da superfície. A água do mar e da chuva é aquecida pelo magma e forçada a vir à superfície, carregando muitos sais diferentes.
Em algumas áreas, onde a água, altamente ácida, tem a temperatura de 90 graus Celsius, as altas concentrações de enxofre criam "chaminés" amarelas brilhantes.
Nos outros lugares, onde a água tem 40 graus Celsius, esta é verde turquesa, por causa dos sais de cobre.
Gomes e a sua equipa querem saber que micróbios conseguiram sobreviver em um ambiente tão agressivo.
Nos próximos meses, os cientistas esperam completar a análise química desta parte “estranha” do nosso planeta, e prosseguir com o estudo detalhado dos micróbios que vivem na água e nas pedras do Deserto de Danakil.