“Está muito claro que o que se está preparando aqui é um golpe de estado encoberto, o que nós chamamos de um golpe brando” – afirmou o Nobel da Paz.
De acordo com a Agência Brasil, as declarações de "solidariedade e apoio" foram feitas por Adolfo Pérez durante uma entrevista coletiva na manhã de hoje, após seu encontro com Dilma no Palácio do Planalto.
Na ocasião, ele comparou o processo de impeachment ao que ocorreu em Honduras e no Paraguai com as destituições dos presidentes Manuel Zelaya, em 2009, e Fernando Lugo, em 2012.
“Agora, a mesma metodologia, que não necessita das Forças Armadas, está sendo utilizada aqui no Brasil. A metodologia é a mesma, não há variação com o golpe de estado nesses países. Países que querem mudar as coisas com políticas sociais são alvo dessa política de tratar de interromper o processo democrático” – explicou Adolfo Pérez.
O argentino destacou que o eventual impeachment de Dilma traria danos não apenas para o povo brasileiro, mas também para toda a América Latina.
“Seria um retrocesso muito grave para o continente. Sou um sobrevivente da época da ditadura [militar na Argentina]. Nos custou muito fortalecer as instituições democráticas. Aqui se está atacando as instituições democráticas” – disse o Nobel da Paz.
Adolfo Pérez acrescentou ainda a possibilidade de o eventual governo de Michel Temer não ser reconhecido no Mercosul e na União de Nações Sul-Americanas (Unasul), que poderiam classificá-lo como uma administração surgida de um “golpe de estado”.