Ameaça de ataque nuclear terrorista faz Bélgica distribuir pastilhas de iodo à população

© AFP 2023 / EMMANUEL DUNANDUsina nuclear de Doel, Bélgica
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Toda a população da Bélgica receberá comprimidos de iodo como medida preventiva para o caso de acontecer um acidente nuclear, informa o jornal The Telegraph.

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A ministra da Saúde do país, Maggie De Block, decidiu estender a aplicação da medida a um raio de 100 quilômetros das centrais nucleares belgas, em comparação com os atuais 20 quilômetros, por recomendação do Conselho Superior da Saúde e da Agência Federal de Controle Nuclear.

No caso de um desastre nuclear, os comprimidos de iodo podem ajudar a aliviar os efeitos do iodo-131, que é um dos elementos radioativos mais prejudiciais que podem ser liberados, apesar de ter uma meia-vida de apenas oito dias. Para se ter uma ideia, estima-se que o iodo-131 tenha causado cerca de 5.000 mortes por câncer de tireoide após o desastre nuclear de Chernobyl em 1986.

No entanto, a decisão das autoridades belgas vem algumas semanas após as advertências sobre a ameaça de que o Daesh (autodenominado Estado Islâmico) fabrique uma "bomba suja" (artefato projetado para espalhar material radioativo sobre uma população) mediante o sequestro de um especialista nuclear. Os temores sobre as centrais nucleares giram em torno de "um acidente em que alguém detone uma bomba no interior de uma usina", afirmou Sébastien Berg, porta-voz da agência federal belga para o controle nuclear.

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No final de março, foi revelado que os terroristas do Daesh que perpetraram os ataques em Bruxelas, matando 31 pessoas, planejavam inicialmente atacar usinas nucleares do país, mas mudaram de alvo quando um de seus cúmplices foi preso. Como evidência desses planos, os irmãos Khalid e Brahim el Bakraoui plantaram uma câmera escondida na frente da casa de um diretor do programa belga de pesquisa nuclear.

Além disso, em 26 de março um agente de segurança da usina nuclear da cidade de Charleroi foi assassinado e seu cartão de acesso à central foi roubado.

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