Dilma chamou de ridícula a acusação de crime de responsabilidade como motivo para o impeachment, e reafirmou que o processo, agora sob avaliação do Senado, é na verdade um golpe, configurado em forma de uma eleição indireta dos que não tiveram votos nas urnas.
A presidente explicou que o que o Governo fez foi garantir programas sociais e programas como o Plano Safra.
“Eu tenho clareza de que é ridícula a acusação, porque o que nós fizemos foi garantir programas sociais, e garantir programas como o Plano Safra, para a agricultura, e o Programa de Sustentação de Investimento, para a indústria. Há de fato um processo que está em curso, e esse processo tem nome: é golpe. Este processo é um golpe porque não se trata de um processo de impeachment. Trata-se, na verdade, de uma eleição indireta coberta pelo manto do impeachment. Eleição indireta daqueles que não tiveram votos nas urnas. Aqueles 115 milhões que votaram nas eleições de 2014, que deram a mim 54 milhões de votos, mas é um desrespeito também a todos os 115 milhões de eleitores, porque saíram de casa e foram lá votar.”
Dilma voltou a ressaltar que vai lutar para manter o seu mandato, e também para garantir a continuidade de importantes avanços sociais conquistados nos últimos anos. De acordo com a presidente, qualquer um que proponha reajuste fiscal reduzindo direitos da população está propondo um grande retrocesso.
“A minha luta é para garantir e preservar conquistas históricas da população brasileira, como é o Mais Médicos, como é o SUS [Sistema Único de Saúde], e para garantir que a democracia tenha um sentido substantivo.”
Sobre a nova Medida Provisória que prorroga os contratos do Programa Mais Médicos com estrangeiros formados no exterior, Dilma Rousseff fez uma avaliação positiva do projeto, destacando que a autorização vai garantir a continuidade do atendimento básico de saúde a quase 63 milhões de brasileiros, ressaltando a importância do atendimento nas comunidades indígenas do país.
“Hoje nós chegamos a 18.240 médicos em atividade em 4.058 municípios e 34 distritos indígenas. Nós sabemos que ano a ano há evidências de que o Mais Médicos é um programa que vai se transformando, sobretudo, em política de Estado.”