Dilma Rousseff garantiu que não vai renunciar ao cargo e que tem disposição para resistir até o último dia.
“Nós sabemos que a história deixará bem claro quem é quem nesse processo. Eu tenho absoluta certeza, por isso sempre quiseram que eu renunciasse, porque eu sou muito incomoda, primeiro porque eu sou a Presidenta eleita, segundo, porque eu não cometi nenhum crime, terceiro, porque se eu renuncio, eu deixo e enterro a prova viva de um golpe absolutamente sem base legal, e que tem como objetivo ferir interesses, e ferir conquistas adquiridas ao longo dos últimos 13 anos. Eu tenho a disposição de resistir. Resistirei até o último dia.”
A Presidenta voltou a se defender dizendo que não cometeu nenhum crime e que o governo foi vítima de chantagem por parte do deputado e presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha(PMDB-RJ).
Dilma explicou que não entende o fato de nos governos anteriores ao dela, todos os presidentes usaram as mesas práticas que ela usou, porém, naquela época não era crime e agora é.
“O meu processo é tão violento, porque foi necessário uma pessoa destituída de princípios morais e éticos, acusada de lavagem de dinheiro e de contas no exterior para perpetrar o golpe. Ontem, o Supremo (STF) disse que o senhor Eduardo Cunha era uma pessoa que usava de práticas condenáveis. Uma das práticas mais condenáveis foi a chantagem explícita feita pelo senhor Eduardo Cunha com o meu governo.”
Dilma Rousseff seguiu atacando em discurso o deputado afastado Eduardo Cunha, e o vice-presidente Michel Temer, os acusando de serem cúmplices no seu processo de impeachment.
“Todos aqueles que são beneficiários desse processo, por exemplo, aqueles que estão usurpando o poder, infelizmente, o senhor vice-presidente da República, são cúmplices do processo extremamente grave.”
Enquanto a Presidenta discursava, a Comissão Especial do Impeachment no Senado decidiu dar continuidade ao processo de impeachment contra ela, após votação que teve 15 votos a favor a 5 contra. O processo de impeachment segue agora para votação no Plenário da Casa, marcada para quarta-feira, dia 11 de maio. Se o relatório for aprovado no Plenário, Dilma Rousseff vai ser afastada por até 180 dias e o vice Michel Temer assumirá a Presidência.