“Um aparelho instalado [no escritório] de uma empresa será integrado com o núcleo de rede dos operadores de celulares para se tornar a estação de base do operador. Depois, esta estação de base interceptará o tráfego de voz dos celulares que estão na sua zona de cobertura”, explica Kasperskaya, citada pelo jornal russo Kommersant.
“Todo o tráfego de voz convertido em texto será analisado automaticamente por um máquina, sem participação do homem e sem conhecimento do conteúdo das conversas por terceiras pessoas”, explica a diretora da InfoWatch.
De acordo com a chefe da empresa russa, a tecnologia da InfoWatch não viola a legislação da Rússia.
Vários deputados russos já comentaram a nova tecnologia e sublinharam a necessidade de tratar tais propostas com cuidado, para não violar nenhumas leis ou direitos humanos.
O deputado da Duma de Estado (câmara baixa do Parlamento) Leonid Levin opinou que a proposta apresentada poderá violar o direito constitucional de privacidade de comunicações.
“Um robô que estuda o conteúdo do tráfego em qualquer caso apresenta o resultado desse estudo a uma pessoa. De acordo com a lei, tal só é possível com a permissão da [pessoa] estudada ou (nos casos determinados pelas autoridades) por decisão judicial. Mesmo tendo o consentimento do funcionário, continua existindo a possibilidade de violação dos direitos de outros participantes da conversa”, disse.
O vice-presidente da Duma Andrei Isaev também não está completamente convencido da legalidade da possível implementação de sistemas deste tipo.
“Parece-me que isso viola os direitos humanos. Isso viola os princípios de gerência de dados pessoais, é uma violação da lei. Não se pode obrigar os funcionários a isso,” declarou ele à RIA Novosti.