No discurso Dilma reafirmou que seu governo foi vítima de uma “intensa e incessante” sabotagem por parte da oposição, o que criou um ambiente favorável ao golpe.
“Desde que fui eleita parte da oposição inconformada pediu recontagem de votos, tentou anular as eleições e depois passou a conspirar abertamente pelo meu impeachment. Mergulharam o país no estado permanente de instabilidade política, impedimento a recuperação da economia com um único objetivo de tomar a força o que não conquistaram nas urnas. Meu governo tem sido alvo de intensa e incessante sabotagem. O objetivo evidente vem sendo me impedir de governar e assim forjar o meio ambiente propício ao golpe.”
Dilma classificou o impeachment como uma farsa jurídica, porque não aceitou e nunca aceitará chantagem de qualquer natureza. A Presidenta afirmou que pode ter cometido erros, mas que não cometeu crime e garantiu que vai continuar lutando.
“Não cometi crime de responsabilidade. Não há razão para um processo de impeachment. Não tenho contas no exterior. Nunca recebi propinas. Jamais compactuei com a corrupção. Jamais vamos desistir. Jamais vou desistir de lutar.”
Segundo Dilma, “o maior risco para o País nesse momento é ser dirigido por um governo sem voto, um governo que não foi eleito pela manifestação direta da população, não terá a legitimidade para propor e implementar soluções para os desafios que o País enfrenta.”
Já do lado de fora do Palácio do Planalto, Dilma ao lado de Lula, de apoiadores e ex-ministros, voltou a discursar para os manifestantes pró governo, e lamentou que o país esteja vivendo um momento trágico.
“Hoje para mim é um dia muito triste. A tristeza é porque nós hoje vivemos uma hora que eu vou chamar de hora trágica do nosso país. A jovem democracia brasileira está sendo objeto de um golpe. Eu chamo esse processo de golpe, porque o impeachment sem crime de responsabilidade é um golpe.”
Para o povo, a presidenta afastada também disse que está sofrendo a dor da injustiça e da traição.
“Traição e injustiça são talvez as mais terríveis palavras, que recaem sobre uma pessoa, e esta hora agora, este momento que nós estamos vivendo, é o momento em que as forças da injustiça e da traição estão soltas por aí.”
Dilma Rousseff encerrou discurso pedindo união e que os brasileiros continuem mobilizados, pois a capacidade de resistência do povo brasileiro demonstrada nos últimos meses, em manifestações pelo País dão a certeza de que a população vai dizer não ao golpe.
“Tenho certeza que juntos nós vamos nos manter unidos, mobilizados pela Paz. Nós somos aqueles que sabem lutar a luta cotidiana, que sabem resistir e não desistem nunca.”
Durante o tempo em que ficará afastada, Dilma Rousseff pretende manter uma agenda político e econômica através de reuniões com aliados no Palácio da Alvorada, viajando e participando de eventos. Ela quer se manter o mais atuante possível junto aos setores da economia diante da possibilidade de reassumir o mandato.
AO VIVO no #Periscope: Presidenta Dilma agora na frente do Palácio do Planalto https://t.co/qFe50tMp01
— Dilma Rousseff (@dilmabr) 12 de maio de 2016