Em entrevista exclusiva à Sputnik, o dirigente diz que a entidade não reconhece o novo governo, "imposto por um golpe que resultou no impeachment da presidente Dilma", e garante que vai continuar a luta pela reforma agrária e pela manutenção das conquistas obtidas pelos trabalhadores nos últimos anos.
Com relação aos nomes do novo ministério, anunciados nesta quinta-feira, 12, por Temer, Gilmar Mauro diz que eles refletem a composição esperada dada à política conservadora engedrada pelos partidos políticos que deram base ao golpe.
"O receituário que Temer vai adotar é o clássico, que vai combinar ajuste fiscal, mais privatizações e perdas das conquistas sociais dos trabalhadores nos últimos anos. Tudo apoiado pelos grandes meios de comunicação, que vão tentar promover um consenso na sociedade.
"Como vai haver menos pão, certamente haverá mais circo e maior marginalização dos movimentos sociais", diz Mauro.
O coordenador nacional do MST diz que, na semana que vem, reuniões vão definir as estratégias de oposição e luta daqui para a frente. Mauro também prevê que o desemprego vai aumentar ainda mais, o que agravará a estabilidade no campo, na medida em que, após o fim do ciclo do pleno emprego vivido nas gestões de Dilma e Lula, a luta pela sobrevivência vai acirrar conflitos rurais.