Ao falar à Sputnik Brasil sobre o resultado da votação no Senado Federal que determinou o afastamento da presidente (55 votos favoráveis, contra 22), Roberto Freire opinou:
“Por enquanto, o afastamento é provisório e tem prazo máximo de 180 dias para que Dilma seja julgada pelo Senado. Mas, pelo que se viu na votação desta quinta-feira, 12 de maio, dificilmente ela retorna ao poder. O Brasil estava precisando desta mudança, e ela aconteceu.”
Na entrevista, Roberto Freire destacou que o processo de impeachment é plenamente constitucional:
“O impeachment aparece pela primeira vez no cenário jurídico do Brasil na primeira Constituição Republicana, de 1891. Ele foi concebido como um instrumento legal para afastar do poder presidentes que cometam crimes de responsabilidade. Então, não cabe falar em golpe. No caso do Brasil atual, era necessário mudar devido aos crimes cometidos, aos erros cometidos pelos Governos de Dilma e Lula e pelo quadro atual do país, em que 11 milhões de pessoas estão desempregadas, indústria e comércio estão fechando portas e postos de trabalho e a economia está se desmontando.”
Roberto Freire, cujo partido terá uma única pasta no Governo Michel Temer – o Ministério da Defesa, comandado pelo Deputado Raul Jungmann –, disse ainda que o PPS não reivindicou cargos no Governo:
“Nosso dever é apoiar o Presidente Michel Temer. Em momento algum pedimos cargos ou fizemos indicações. Se o presidente entendeu que deveria convocar este excelente quadro que é Raul Jungmann, foi uma atitude inteiramente espontânea de sua parte. Por sinal, Raul Jungmann foi ministro da Reforma Agrária de Fernando Henrique Cardoso e prestou relevantes serviços ao Brasil.”