Em coletiva à imprensa, Henrique Meirelles anunciou outros três nomes que vão compor a política econômica do governo do presidente interino Michel Temer: o economista Marcelo Caetano, que assume a Secretaria da Previdência, que foi incorporada a estrutura do Ministério da Fazenda; Mansueto de Almeida vai comandar a Secretaria de Acompanhamento Econômico, com a função de cuidar das contas públicas do governo federal; e Carlos Hamilton, que assume a Secretaria de Política Econômica do Ministério, com a tarefa de formular as principais políticas macroeconômicas do governo.
O nome de Ilan Goldfajn como presidente do Banco Central ainda precisa ser aprovado pelo Senado Federal para que ele possa tomar posse. Enquanto isso, o atual presidente do Banco Central, Alexandre Tombini segue no cargo.
De acordo com o Henrique Meirelles, o cargo de presidente do Banco Central perdeu o status de Ministro de Estado. Em compensação, o Ministro da Fazenda vai enviar ao Congresso Nacional uma proposta de emenda à Constituição, garantindo total autonomia de trabalho e decisão a toda diretoria do Banco Central.
“O presidente do Banco Central deixa de ser Ministro de Estado por um lado. Por outro lado, a prerrogativa de foro especial, que é garantido ao Ministro será através de uma PEC, proposta que seja estendida a toda a diretoria do Banco Central. Na PEC será também proposta que seja colocado na Constituição a autonomia técnica decisória do Banco Central. Isto é muito importante, porque mantém aquilo que prevalece do ponto de vista prático, isto é, autonomia de decisão. O Banco Central não tem as suas decisões questionadas, na medida em que tem uma autonomia técnica de decisão.”
Durante a apresentação de parte da equipe econômica do governo, o Ministro da Fazenda ainda falou sobre a problemática do desemprego no país. Segundo Henrique Meirelles, a taxa pode chegar a 14% ao ano no Brasil, caso a confiança na economia brasileira não seja recuperada.
“Se nada for feito, se não tomar medida nenhuma, se não for restaurada a confiança, se não forem tomadas medidas que visem restaurar, por exemplo, a trajetória da evolução da dívida pública. Em resumo, sem a restauração da confiança e com a economia em contração como está no momento, e se isso continuasse, o que obviamente não é o caso, o desemprego poderia chegar a 14% ao ano. Agora, vamos tomar todas as medidas necessárias, que é o que nós estamos estudando para analisar no devido tempo, para exatamente evitar que o desemprego chegue a 14%, ou como já aconteceu em outros países, até a mais do que isso.”
O Ministro da Fazenda disse ainda na coletiva, que Jorge Rachid foi mantido na Secretaria da Receita Federal, e que Otávio Ladeira também permanece na Secretaria do Tesouro Nacional.
Segundo Meirelles, outros nomes vão ser anunciados gradualmente nos próximos dias. Ainda estão sendo avaliados, de acordo com o ministro da Fazenda, quem serão os gestores dos bancos públicos, no caso, o Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal, o Banco do Nordeste e o Banco da Amazônia.