Pietro Riccio, empresário italiano de 36 anos residente no norte de Portugal, era proprietário de várias pizzarias e de quatro moradias.
Mas os negócios começaram a correr mal, a casa foi penhorada, tinha dívidas às Finanças, à Segurança Social, aos bancos, multas por não pagamento de portagens e até à escola dos filhos, escreve a edição Correio da Manhã.
Natural de Palermo, na ilha da Sicília, Itália, o italiano achou que a melhor solução era recorrer ao crime.
Os dois começam a ser julgado esta quinta-feira (19) no Tribunal de Matosinhos, depois de terem sido detidos em setembro passado, pouco depois de assaltarem um banco em Viseu.
O italiano confessou crimes quando foi detido.
Pietro entrava nos bancos com a arma de plástico e uma cabeleira loura. Com um cachecol a tapar-lhe a boca, ameaçava funcionários e clientes. Mário usava apenas um gorro a cobrir o rosto. Sem precisarem de dizer uma palavra (os dois não falavam durante os assaltos, indicando apenas por gestos o que pretendiam) esvaziavam caixas e cofres. Atacavam logo ao início da manhã e sob ameaça de arma de fogo falsa exigiam todo o dinheiro. Uma vez, levaram 17 mil euros. Todos os assaltos foram realizados sem recurso a disparos, até porque a pistola era de brincar, e sem agressões.
Em seis meses, entre 24 de fevereiro e 8 de setembro de 2015, os dois homens assaltaram pelo menos 12 bancos no norte do país, na maioria dependências da Caixa Geral de Depósitos. Os dois deslocavam-se no carro do empresário, um BMW.
Conseguiram juntar um total de 92 mil euros.
Mas o mais interessante é que o italiano usou o dinheiro para pagar dívidas de impostos, à Segurança Social, a um banco e até multas por ter passado em auto-estradas sem pagar portagem (cerca de 20 mil euros). O advogado do empresário confirmou que o seu cliente pagou grande parte das dívidas: “Já juntámos, ao processo, muitos recibos de pagamento feitos na altura dos assaltos”.