Parlamentares consideraram a questão como gravíssima e o próprio ministro classificou o ato como de extrema ousadia.
O Deputado Federal Paulo Pimenta (PT-RS) disse que o episódio precisa ser apurado com rigor:
“Trata-se de fato extremamente grave, que exige apuração rigorosa que permita identificar quem está por trás desta escuta e com que objetivos mandou instalá-la no gabinete do Ministro Luís Roberto Barroso”, diz Pimenta. “Trata-se de um ministro que tem se notabilizado pelas suas posições progressistas e pelas suas decisões muito serenas. É preciso saber quem produziu esta forma de constrangimento contra o ministro e aplicar os devidos procedimentos legais aos responsáveis pela escuta clandestina.”
Já para o Deputado Federal Marcus Pestana (PSDB-MG), a questão, sob todos os aspectos, deve ser interpretada como da maior gravidade:
“É inadmissível que alguém articule uma trama desta natureza contra um ministro do Supremo Tribunal Federal”, comenta o parlamentar. “É lamentável que a tecnologia e os recursos eletrônicos sejam colocados a serviço de interesses escusos e abomináveis. Não é possível admitir tamanho desrespeito como este praticado contra o Ministro Luís Roberto Barroso, e é preciso descobrir, urgentemente, quem determinou esta escuta, com quais objetivos, e punir tais pessoas na forma da lei.”
De acordo com o Supremo Tribunal Federal, o aparelho de escuta foi descoberto numa operação de varredura efetuada no gabinete de Luís Roberto Barroso em 11 de abril. O equipamento estava desativado e foi encontrado sob uma caixa, embaixo da mesa utilizada pelo ministro.
Ao comentar esta descoberta, Luís Roberto Barroso desabafou:
“Do ponto de vista institucional, é um fato gravíssimo. Uma ousadia, uma desfaçatez alguém colocar um aparelho de escuta no gabinete de um ministro do Supremo – tenha sido no meu, ou que estivesse aí desde muito antes, o que não se sabe. Agora, do ponto de vista pessoal, estou totalmente tranquilo e confortável, aqui é um espaço totalmente republicano.”