Mujica, que compartilha com Almagro o mesmo setor da coalizão de governo Frente Ampla, no Uruguai, havia retirado seu apoio político ao ex-chanceler justamente pelas críticas que este fizera à Venezuela e ao governo Maduro desde que chegou à OEA.
Segundo o Subrayado, Mujica disse que respeita o líder venezuelano, mas que “isso não equivale a não lhe dizer que está louco, louco como uma cabra”.
“Estão todos loucos na Venezuela. Dizem qualquer coisa e assim não vão conseguir nada”, completou o ex-presidente uruguaio.
Na quarta-feira (18), Almagro publicou uma carta aberta a Maduro, na qual afirmou que o presidente “tem um imperativo de decência pública de fazer o referendo revogatório em 2016".
"Negar a consulta ao povo, negar-lhe a possibilidade de decidir, transforma você em um ditadorzinho a mais, como tantos outros que o continente teve", continuou o diplomata uruguaio.
Um dia após o presidente venezuelano tê-lo acusado de estar a serviço da agência de inteligência norte-americana, a CIA, Almagro acusou Maduro de mentiroso, defendeu a libertação dos "presos políticos" e a devolução do "poder legítimo" ao Parlamento venezuelano, que teve seus poderes constitucionais reduzidos pelo Supremo Tribunal do país depois de se formar com maioria opositora em eleições abertas.