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Parlamentares latino-americanos criticam ausência de mulheres no governo Temer

© AP Photo / Felipe DanaPresidente interino, Michel Temer.
Presidente interino, Michel Temer. - Sputnik Brasil
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Crise no Brasil foi uma das pautas do encontro que reúne parlamentares Europeus e Latino-Americanos em Lisboa.
© Foto / © European Union 2015 - EPEurolat - 8ª sessão Plenária Ordinária
Eurolat - 8ª sessão Plenária Ordinária - Sputnik Brasil
Eurolat - 8ª sessão Plenária Ordinária

O encontro da Assembleia Parlamentar Euro-Latino-Americana (Eurolat) que terminou nesta quarta-feira em Lisboa foi marcado pelo intenso debate sobre a crise política no Brasil. Com a presença de pelo menos oito parlamentares brasileiros, sendo dois aliados do presidente interino Michel Temer e seis da base da presidenta Dilma Rousseff, o assunto impeachment dominou as conversas nos bastidores e em algumas sessões do parlamento.

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O Fórum da Eurolat que reúne apenas os parlamentares latino-americanos divulgou um duro comunicado criticando a ausência de mulheres no ministério de Temer. O texto foi lido em plenário na sessão de segunda-feira pela deputada de Honduras Myriam Suazo de Pacheco. De um país onde recentemente um presidente foi deposto por um golpe militar (Manuel Zelaya em 2009), Myriam leu o documento representando a Comissão da Mulher da Eurolat.

No texto, as parlamentares afirmam que “as recentes mudanças políticas no Brasil, onde afastaram da posição de primeira mulher eleita presidente da República e surgiu um governo interino composto exclusivamente por homens brancos e sem respeitar a diversidade da população brasileira” são “inconcebíveis” em 2016. 

“Em 2016 é inconcebível um governo sem a representação das mulheres e das minorias. As conquistas e os direitos das mulheres estão relacionados diretamente aos espaços políticos de participação e representação”, diz o texto.

“A representação não é meramente simbólica. Tem consequências na vida social e política dos países. O governo interino do vice-presidente Michel Temer desencoraja as mulheres e as minorias em busca de espaços na política do Brasil”, afirmou a deputada hondurenha. 

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O comunicado termina respaldando os protestos contra a “debilidade da agenda das mulheres, a redução de ministérios e a falta de participação de mulheres no primeiro escalão do governo interino”.

Três senadoras brasileiras participam do encontro da Eurolat e foram pegas de surpresa pela leitura do comunicado em plenário. Gleisi Hoffmann (PT-PR), Vanessa Grazziotin (PcdoB-AM) e Lídice da Mata (PSB-BA) comemoraram o suporte recebido.

Além das três senadoras que apoiam Dilma, também participam do encontro os senadores Lindbergh Farias (PT-RJ) e Roberto Requião (PMDB-PR), e o deputado federal Arlindo Chinaglia (PT-SP). Dois parlamentares brasileiros que se posicionaram a favor do impeachment fizeram questão de ressaltar que optaram por viajar a Portugal para fazer “o contraponto” ao discurso dos aliados de Dilma.

O senador José Medeiros (PSD-MT) e o deputado federal Hiran Gonçalves (PP-RR) contaram que souberam que a delegação brasileira estaria composta majoritariamente por parlamentares aliados de Dilma e se disponibilizaram a participar da Eurolat para rechaçar o discurso do golpe institucional no Brasil.

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Os parlamentares brasileiros contrários ao impeachment solicitaram ao presidente do grupo latino-americano, senador Roberto Requião, a inclusão de uma moção de repúdio ao golpe contra Dilma no documento final da Eurolat, pois são os integrantes da mesa os responsáveis pela elaboração do texto. No entanto, Requião não deu indicativos de que deve atender ao pedido dos colegas. Ele tem se posicionado contra a destituição de Dilma, chegou a dizer que vem de um país “em convulsão” no discurso de abertura do evento diante do primeiro-ministro português António Costa e outros 120 parlamentares da América Latina e da Europa, mas se mostrou relutante em incluir o assunto no documento final do encontro.

Venezuela

A crise na Venezuela foi outro tema muito debatido na Eurolat. Nos corredores, dois parlamentares chegaram a trocar acusações aos gritos. O italiano Antonio Tajani, um dos vice-presidentes do Parlamento Europeu e Dario Vivas, um deputado venezuelano defensor do governo, protagonizaram uma discussão acalorada diante da imprensa.

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