“Não estamos extasiados do IOC”, citou o periódico um dos oficiais, se referindo ao acrônimo inglês para a Capacidade Operacional Inicial, nome militar que significa a fase do desenvolvimento de um sistema na qual o mesmo pode satisfazer as mínimas necessidades operacionais do usuário. Trata-se do sistema de Comando e Controle C2, que deve ser capaz de controlar cerca de 200 saídas aéreas por dia.
“Não é apenas uma questão técnica, há também um aspecto político. É um sistema da OTAN, a OTAN assume a responsabilidade se você abate um míssil. A OTAN assuma responsabilidade se falhar”, explicou o oficial.
Outro oficial francês, que também pediu no anonimato, sublinhou que o sistema de comando e controle da OTAN não estava pronto e por isso continua sendo usado o sistema americano.
“O sistema C2 não está suficiente maduro para permitir a OTAN controlar a situação”, disse ele citado pelo periódico.
Enquanto é um oficial militar da OTAN que deve decidir se o sistema estiver pronto, mas os oficiais americanos estão promovendo a ter o sistema sob o controle da OTAN já em julho, quando será realizada a cúpula em Varsóvia. Caso contrário, eles notam, a Rússia alegadamente poderia considerar isso como “um sinal de fraqueza”.
"As autoridades da Aliança e dos Estados Unidos acreditam que, se a OTAN não usa a sua reunião de julho em Varsóvia para assumir o controle do sistema de defesa antimíssil e declará-la operacional, a Rússia declararia que a aliança está renunciando à sua vontade", o jornal diz, em referência a preocupações repetidas de Moscou sobre o sistema e declarações de que esta apresenta ameaça à segurança global e nacional.
O sistema inclui instalação de radar de banda X na Turquia (usado para ajudar a direcionar os interceptores), quatro destruidores navais de mísseis guiados em Espanha (capazes de abater mísseis balísticos) e a base de sede, comando e controle na área da cidade de Ramstein, na Alemanha, construído pela Aliança para os sistemas de radar e de mísseis de concepção americana.
Se o sistema é transferido para o comando da OTAN em julho, autoridades dos EUA esperam que ele esteja em plena capacidade operacional em 2023, após a conclusão de trabalhos na Polônia.
Um oficial da OTAN envolvido no processo, disse ao jornal que a decisão final sobre declarar o sistema plenamente operacional ou não provavelmente não será tomada até o último momento.