“Essa questão será debatida na segunda-feira (23) [durante a reunião dos chefes das diplomacias dos países da UE]. Mas a postura europeia para a Crimeia é clara. Apesar de haver um momento formal para a tomada da decisão, a situação na Crimeia não mudou, a soberania da Ucrânia sobre a Crimeia não foi restabelecida… sanções devem permanecer em vigor” – disse o representando da UE, preferindo manter o seu nome e cargo em sigilo.
Ele destacou que a decisão ainda não foi tomada, mas que “todas as declarações dos países-membros seguem a mesma linha”.
A mesma opinião já havia sido anteriormente compartilhada pelo ministro das Relações Exteriores da Letônia, Edgars Rinkevics. “Pelo o que eu tenho ouvido de colegas, as sanções serão prorrogadas” – disse Rinkevics durante encontro de ministros das Relações Exteriores dos países-membros da OTAN.
“Os acordos de Minsk estão longe de serem cumpridos. Ainda há tempo antes desta decisão ser tomada, podem surgir diversas declarações, mas tenho a impressão que a unanimidade já foi alcançada” – disse o ministro.
Em fevereiro de 2014 um golpe de Estado em Kiev promoveu a troca de poder na Ucrânia. As novas autoridades adotaram uma política de caráter nacionalista e totalmente voltada para o Ocidente, ameaçando restringir uma série de direitos e liberdades das populações de origem russa do país. Preocupados com as consequências desta nova ordem, os habitantes da Crimeia, russos em sua grande maioria, optaram por se separar da Ucrânia através de um referendo realizado em março de 2014. Mais de 96% dos habitantes da península apoiaram a sua reintegração com a Rússia. O Ocidente chamou a votação de "anexação". Moscou declarou que o referendo foi realizado em plena conformidade com o direito internacional.
As autoridades russas, por sua vez, já declararam em diversas ocasiões que qualquer discussão sobre o novo estatuto da Crimeia está totalmente fora de questão.