Os BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) são vistos por vários analistas econômicos internacionais como “os emergentes que estão em rota de ascensão, podendo mesmo, no futuro, exercer um protagonismo mundial”. Para Paulo Wrobel, professor de Relações Internacionais da PUC-Rio e membro do BRICS Policy Center, este protagonismo já começa a se revelar na forma como a China vem se relacionando com diversos outros países, financiando, investindo e exercendo firmes parcerias em infraestrutura. Wrobel também acentua o relevante papel da Rússia em tais questões, ao também considerar prioritários os investimentos em infraestrutura.
Falando à Sputnik, Paulo Wrobel acentuou:
“A questão fundamental é a da infraestrutura. A China e até certo ponto a Rússia montaram nesses últimos anos uma infraestrutura bastante adequada. A China investiu fortemente como parte de sua política de ampliação no comércio internacional. Por exemplo, o país investiu em transportes e nos portos. Um tipo de investimento que foi muito comum nos anos 50, 60 na reconstituição da economia do pós-guerra e que depois caiu num certo vácuo em termos de investimento internacional, tanto público quanto privado, tanto dos bancos públicos quanto nos investimentos privados. Já no Brasil, temos uma carência imensa de infraestrutura em tudo isso que eu mencionei, como nos portos, nos transportes e nas áreas de petróleo e gás em que estamos precisando de uma nova rodada de investimentos. Eu chamaria a atenção para essa necessidade de investimentos e para grandes oportunidades de negócios e infraestrutura no nosso país.”
O Professor Paulo Wrobel também salientou o fato de o Banco dos BRICS – Novo Banco de Desenvolvimento – conceder financiamentos sem exigir contrapartidas políticas. Para Wrobel, este poderá ser um atrativo a mais na prospecção de negócios com os países do bloco:
“Havia uma certa expectativa a respeito de que o Banco dos BRICS seria um banco estritamente voltado para questões técnicas, econômicas, financeiras, se iria se concentrar em captar projetos de desenvolvimento viáveis que atendam aos interesses dos países, ou se a instituição teria um viés de atender mais a interesses políticos, seja de qual país for, mesmo que de fora do grupo BRICS. Eu tenho a impressão de que essa é uma afirmação muito importante e que levará a que o Banco dos BRICS possa ter um ótimo futuro como um dos bancos financiadores de projetos importantes em áreas muito carentes.”