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Temer é vaiado ao entregar ao Senado proposta de revisão da meta fiscal

© Fabio Pozzebom/Agência BrasilTemer vai ao Congresso
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O presidente em exercício Michel Temer foi vaiado nesta segunda-feira, 24, ao chegar ao Congresso para entregar ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) a proposta do governo que revê a meta fiscal prevista para este ano.

De um superávit de R$ 24 bilhões previstos pela equipe econômica da presidente Dilma Rousseff, foi revisto um défcit inicialmente de R$ 96,6 bilhões que passou para R$ 170,5 bilhões, segundo cálculos da nova equipe.

Aos gritos de "fora, Temer" e "golpistas" o presidente interino estava acompanhado do novo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles; do Planejamento, Romero Jucá: de Geddel Vieira, da Secretaria de Governo e Eliseu Padilha, da Casa Civil. Diante do clima de recepção do público, a visita ao gabinete de Calheiros durou de 16h30 às 16h50. Ao sair, Temer não falou com a imprensa, mas o presidente do Senado conversou com jornalistas e disse que a expectativa é que a nova meta fiscal seja votada nesta terça-feira.

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Caso a matéria não seja apreciada no Congresso, a nova equipe econômica terá que cumprir a meta de superávit de R$ 24 bilhões prevista por Dilma, objetivo que seria praticamente inalcançável, segundo analistas, diante do estado de paralisia da economia, com arrecadações em queda e aumento das despesas. Também nesta terça-feira, o governo promete divulgar novas medidas econômicas para que o país retome o crescimento.

Perguntado se a aprovação da revisão passaria com facilidade no Senado, Calheiros respondeu que sim e justificou.

"A ninguém interessa que este governo entre na ilegalidade. Se nós não reduzirmos a meta, vamos repetir o que aconteceu com o governo anterior", disse o presidente do Senado. 

Segundo vários analistas, as manifestações contra a ida de Temer ao Congresso foram agravadas pelo noticiário divulgado pela manhã, com a transcrição de uma conversa de pouco mais de uma hora entre Romero Jucá e o ex-presdiente da Transpetro Sérgio Machado. No diálogo, travado em meados de março, antes, portanto, da aprovação do pedido de impeachment da presidente Dilma no Senado e de seu afastamento no último dia 12, Jucá e Machado se mostravam preocupados com a permanência da presidente no cargo, combinavam estratégias para aprovação do impeachment, a convocação de uma frente contra Lula e a possibilidade de que a ampliação das delações premiadas por parte de dirigentes de empreiteiras investigadas pela Operação Lava Jato pudessem minar a credibilidade da base de apoio do novo governo.

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