Entretanto, na agenda estão sem dúvida também aspetos econômicos, já que a Argentina é um dois maiores parceiros comerciais do Brasil. Além disso, os dois países integram o Mercosul, que segundo Serra também precisa de reajuste. Além da flexibilização das regras do Mercosul, que permitam avançar com acordos bilaterais com outros países e blocos, a crise na Venezuela estará em pauta.
O chanceler brasileiro, como sempre, é bem vindo na capital argentina. A chanceler Susana Malcorra cancelou sua viagem à Turquia e adiou a ida ao México só para encontrar-se com José Serra. O tucano será recebido ainda pelo presidente Maurício Macri.
A política externa anunciada por José Serra durante a cerimônia de posse na quarta-feira passada está em sintonia com a visão do governo Macri, que também quer construir pontes entre o Mercosul e a Aliança do Pacífico, integrado por Chile, Peru, Colômbia e México. Esta articulação entre os blocos económicos diminuiria o peso político do Brasil no continente e prejudicaria o Mercosul como zona de livre comércio.
Já nas ruas, Serra é menos popular do que nos corredores do poder. Um grupo de cerca de 50 pessoas aguardava o novo titular da pasta do Itamaraty na portaria da embaixada brasileira em Buenos Aires com cartazes chamando ele de golpista e bolinhas de papel, fazendo referência à campanha presidencial de 2010, quando o candidato tucano passou por uma tomografia depois de ser atingido por uma bola de papel na cabeça.
O ídolo de futebol argentino Diego Maradona já manifestou no sábado seu apoio a Dilma e Lula, aparecendo no seu facebook segurando a camisa da seleção brasileira com o nome de Lula e o número 18 nas costas, em referência às eleições presidenciais de 2018, quando o petista pretende candidatar-se de novo ao cargo presidencial.
“Um soldado de Lula e Dilma Rousseff”, escreveu Maradona em três idiomas: espanhol, italiano e inglês.